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sábado, 25 de maio de 2013

Cultura de Moda

O que é Cultura de Moda?

Entender o que é cultura de moda é simples.
Quem não tem cultura de moda não consegue ver a moda além da futilidade. Não consegue ver a moda em aspecto mais amplo, sociológico, simbológico e cultural. É aquele tipo de pessoa que não entende que a moda é história, característica de um povo, religião, identificação de grupos e que se modela e se adequa à época em que se vive.

A moda faz parte da cultura de um povo assim como a cultura também se mostra através da moda. No século XIX, as mulheres usavam espartilho, uma peça íntima rígida que as fazia ter poucos e deliberados movimentos fazendo-as ser um espelho da riqueza de seus maridos. Afinal, não precisavam se locomover pra lá e pra cá, não trabalhavam, não cuidavam de seus filhos... Com as grandes guerras levando os homens para os campos de batalha as mulheres se viram obrigadas a trabalhar para sobreviver e os trajes tiveram que se adaptar. A partir do momento que a mulher passou a trabalhar, a se livrar da dependência de seus homens o espartilho foi abandonado, as mulheres passaram a usar calças e saias calças para ir de bicicleta até o trabalho.

Nas épocas de crise e escassez de comida as mulheres gordinhas eram as mais admiradas pois significava não serem miseráveis. Hoje em dia, com a abundância e desperdício de comida, as mais magras são o ideal de beleza, indicação de que, ao invés de ficar comendo sem parar, tem dinheiro para se cuidar, se alimentar bem, ir à academia, clínicas de estética, come comida light, faz coisas que são mais caras e que quem é pobre não pode fazer.
O mesmo com o bronzeado. Antigamente relacionado à pobres, pessoas que precisavam trabalhar para sobreviver. Atualmente, como todo mundo trabalha, o bronzeado virou símbolo de lazer, significando que a pessoa tem tempo para se divertir.


O processo de formação da cultura da moda sempre acompanha acontecimentos históricos ou sociais e evolui a todo momento. O termo “moda” foi cunhado definitivamente no século XVIII. Até então, as vestimentas nacionalidades, religiões, profissões e classes sociais. As tendências surgiam em regiões importantes, que se destacavam comercialmente, militarmente e estavam em uma posição de polo mundial.

Em 466, a queda do Império Romano deu início à Idade Média, que era marcado pelo pensamento teocentrista, assim, as roupas alongavam o corpo e davam a impressão de "subir aos céus".
No século XV, o Renascimento define a Idade Moderna. No fim do século XVIII a Revolução Francesa inaugura a Idade Contemporânea, o Neoclassicismo se dissemina e a moda Império remete à estátuas gregas. A Era Vitoriana marca a segunda revolução industrial e a ascenção da burguesia e as mulheres usam volumes em lugares estratégicos (crinolinas, bustles), mostrando o esplendor capitalista de posse, poder e consumo de seus maridos.

No século XX, a mudança de estilos e tendências de moda aconteceu em maior velocidade, podendo ser caracterizada por décadas. O vestuário pós I Guerra (1914), tinham menos tecidos, comparado há alguns anos antes. Com o fim da guerra, os anos 1920 trouxeram revoluções modernistas, mulheres encurtando vestidos e cortando cabelos curtíssimos, tudo era muito alegre e revolucionário.
Nos anos 1940, a guerra volta, os homens partem para o campo de batalha novamente e as mulheres vão para as fábricas. Enquanto as guerras acontecem, as fábricas quase não fazem tecidos, que se tornam caros e raros, as roupas se tornam mais simples e de cores sombrias e pesadas, cinza, pretos, azul marinho, são cores que predominam. Quando guerras acabam, as fábricas voltam a fazer tecidos, as roupas ficam alegres, coloridas , volumosas e de formas confortáveis e a mulher, deveria voltar ao lar, cuidar dos filhos e maridos, comportamento típico de 1950!
Quando da entrada feminina no mercado de trabalho os traços andróginos foram muito valorizados. A mulher usou tailler nos anos 1930 e 1940, e observem a mulher dos anos 1980 com seus ternos e ombreiras imensas, foi a época em que elas começaram a assumir cargos de chefia que até então eram apenas dos homens, por isso a silhueta lembra um pouco o corpo masculino.

Voltando ao tema das guerras, logo após o 11 de setembro de 2001, houve um revival da moda gótica/ romântica/ vitoriana, o que refletia o momento de tristeza e apreensão de como estava o mundo pós-terror.
Quando a situação melhorou um pouco, os anos de ouro (1940 e 1950) foram resgatados, buscando o romantismo e a suavidade de tempos passados, uma tendência retrô que se estende até hoje.
Na atualidade, a moda e os estilos se transformam com tanta rapidez que tornou mais difícil acompanhá-los e caracterizá-los.


Signos da moda mostram como ela reflete nossa cultura. E é através de mudanças na moda que percebemos as mudanças do tempo, na história.
Assim, como a cultura de um povo, a moda é viva e está em constante mudança e desenvolvimento, não é fútil e nem supérflua, é apenas o espelho de como vivemos. Os profissionais da moda aprendem a conhecer signos, aspectos sociológicos, históricos e assim fazem o seu trabalho. Precisamos estar sempre informados sobre o que acontece no mundo.

* Publicado originalmente em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

Fontes consultadas: link 1, link 2.

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