Década de 1860
A
década de 1860 viu a decadência da crinolina na moda feminina e a
silhueta se tornado menor. Em 1863, o formato da saia era reto na frente
e projetado
para trás numa forma elíptica, mangas amplas e o pescoço enfeitado
com golas altas em renda ou outro tecido delicado. Essa era a
roupa do dia. A roupa da noite tinha golas mais baixas e mangas curtas
usadas com luvas curtas de renda ou luvas de tecido sem dedos e as saias
possuíam maiores crinolinas que as saias de uso diurno. Era comum um
tecido de mesma estampa ser usado para dois vestidos, um para o dia,
outro para a noite. Pequenos chapéus e flores enfeitavam os cabelos.
Trajes de 1864, crinolina de forma elíptica |
Entre
1864 e 1867 a forma da crinolina começou a mudar. As mulheres tanto
usavam a crinolina elíptica quanto a crinolette, uma peça que tinha
frente e os lados pequenos e volume na parte de trás, mas com amplitude
bem menor que a crinolina.
Foi
nessa época surgiram também um tipo de
calças folgadas ao estilo turco, chamadas de “bloomers” inventado pela ativista Amélia Bloomer Jenks, no entanto, a peça foi ridicularizada e acabou sendo adaptada para as meninas e para educação física feminina.
Lá por 1867 uma nova silhueta surge, apoiada desta vez pelo Bustle. O bustle dava volume nas saias na parte central de trás, o que fez com que os tecidos em excesso e os enfeites fossem transferidas para aquela região da saia. Em
1870, a moda eram vestidos em cores vibrantes, usando tecidos diferentes nas saias, sendo um liso e outro
estampado. O chapéu ao estilo boneca (bonnet) dava lugar a chapéus pequenos,
caídos sobre a testa ou penteados de cabelos presos. Um tipo de jaqueta que formava uma sobre-saia foi
muito usada.
Entre as décadas de
1870 e 1880, o bustle teve as mais diferentes formas.
Durante um
curto período entre 1878 e 1882, nenhum tipo de bustle foi usado e as
costas dos vestidos eram mais retas, foi a era da "Silhueta Natural".
A silhueta ainda cobria extremamente o corpo, mas
agora, sem o bustle, as saias caíam em drapeados traseiros e longas
caudas (mesmo de dia) e eram justas e estreitas na
frente. Mangas longas (um pouco larguinhas) para o dia e decotes e
braços de fora (com luvas) para a noite. Cabelos presos em coque com
chapéu de dia e presos com cacheados enfeitados com flores à noite.
Sempre caíam cachos de cabelos nas costas como que imitando a cauda da
saia.
Em 1880, as mangas eram justas com um leve bufante nos ombros, a parte de cima do corpo podia ser enfeitada com babados cobrindo o ombro. A saia ficou com forma de trombeta, ainda com muito volume na parte de trás. O bustle reaparece em 1885 desta vez formando uma linha quase reta na parte de trás do quadril. Cores vibrantes permaneces e a mistura de dois tecidos é bem comum. A assimetria dos babados e drapeados também é característica. Chapéus pequenos em cabelos presos em coque.
Intelectuais e boêmios da época, incluindo Oscar Wilde abominavam essa moda.
Algumas mulheres rebeldes, se recusavam a usar essas roupas e usavam
trajes que seguiam a linha da moda, mas eram vestidos com leves referências medievais,
mais soltos e sem espartilho rígido, eram os chamados "vestidos artísticos".
Repare nos vestidos artísticos abaixo como a cintura é menos rígida.
Os vestidos artísticos originaram os chamados "vestidos de chá", fluidos, usados em casa, com a
família ou para receber amigos próximos.
A moda dos bustles imensos acabou em 1889.
Entre 1890 e 1900, as saias passaram a ter formato de sino caindo lisa pelos quadris, havia uma paixão por renda e muitas delas caiam pelos decotes; de dia as blusas tinham gola alta e babados. Ainda nessa década, o espartilho alongou e fazia com que o corpo da mulher formasse uma silhueta em forma de S. Usavam luvas compridas à noite e leques imensos, as jóias eram extremamente coloridas. Havia exagero e ostentação em penas, pérolas, plissados, bordados, lantejoulas, rufos e outros ornamentos. Chapéus e flores adornavam as cabeças, usados com coques.