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quarta-feira, 23 de outubro de 2024

Qual é a origem das roupas íntimas?*

O Rei Tutankamon, do Egito, foi enterrado com 145 peças íntimas – que foram projetadas na época. Essas roupas íntimas inspiraram nossas modernas cuecas e boxers – que hoje fazem sucesso até em propagandas.

Os antigos egípcios usavam shendyt, já os romanos usavam subligaculum e o mundo medieval adotou braies e chausses (que se assemelham a bermudas e leggings de hoje em dia) antes da introdução do codpiece (braguilha, em português) durante o Renascimento. Durante todo esse tempo, um elemento permaneceu consistente: cobrir as partes íntimas do homem.

Foi só muito mais tarde que surgiram as cuecas de algodão e as cuecas boxer. No final, a história da roupa íntima é uma mistura de praticidade, mudança e moda.
Formas antigas e primitivas de roupas íntimas

A forma mais antiga de roupa íntima era a tanga. Na pré-história, as tangas eram usadas por homens e mulheres, feitas com tiras de tecido que passavam entre as pernas e eram presas na cintura.

Os antigos egípcios criavam faixas triangulares de linho com cordões nas pontas. Os observadores modernos podem associar o visual a um kilt escocês, mas os comprimentos desses shendyt variavam. Os shendyt eram usados pelos faraós e, posteriormente, por membros de classes sociais mais baixas. Na verdade, o rei Tutankamon foi sepultado com 145 shendyt, uma grande coleção de tangas para levar com ele para o submundo.




Escultura em pedra de calcário de um eleitor masculino com calção cipriota e uma coroa egípcia, Arcaico, datado da primeira metade do século 6 a.C.Foto de Sepia Times, Universal Images Group, Getty Images




Vênus de biquíni. Cópia em mármore romano de um original helenístico encontrado na Casa de Julia Felix em Pompéia (século 1 d.C.) que está em exposição no Gabinete Secreto no Museu Arqueológico Nacional em Nápoles, Campânia, na Itália.Foto de Azoor Photo, Alamy Stock Photo

A nudez era muito mais aceitável na Grécia antiga, mas, mesmo lá, podiam ser usadas roupas íntimas comparáveis às dos egípcios, chamadas perizoma.

Enquanto isso, os antigos romanos tinham suas próprias roupas íntimas para usar por baixo de uma túnica, toga ou manto: usadas em meados do século 2 d.C. e adaptadas dos antigos etruscos, o subligaculum romano podia se assemelhar a uma tanga ou parecer mais com um par de shorts.

Da mesma forma, durante a Idade Média, os celtas e as tribos germânicas usavam bermudas largas chamadas braies. Não está claro se tanto homens quanto mulheres usavam braies (ou com que frequência eles eram usados por ambos), mas sabe-se que os homens usavam um cinto ou cordão para segurar seus braies. Alguns também usavam chausses, que parecem calças leggings, e, no século 15, as duas peças se tornaram mais ou menos uma só.

Essas roupas íntimas acabaram dando lugar a codpieces (braguilha) que são peças mais elaboradas, projetadas não apenas para cobrir, mas para proteger as partes íntimas do homem. As braguilhas eram feitas de materiais mais rígidos, decorados, recheados e cada vez maiores para dar a entender a suposta virilidade de alguém.
Boxers, cuecas e outras inovações em roupas íntimas

Mas a necessidade de roupas de tecido para usar sob túnicas e similares permaneceu. No início do século 19, as pantalonas surgiram como parte prática de qualquer roupa para homens e mulheres, pois mantinham as roupas externas limpas ao absorver a sujeira e o suor.

Esse período também trouxe a introdução dos ternos de união – os antecessores dos casacos longos e macacões – para atender às necessidades de homens e mulheres. Os homens podiam usar blusas e camisas do lado de fora, enquanto as mulheres podiam dispensar os espartilhos, as meias e as ligas. Isso foi útil porque a industrialização significava que mais homens e mulheres estavam trabalhando em fábricas.



O rei Henrique 8ª da Inglaterra é conhecido por ter usado codpieces (braguilha, em português) – de acordo com a moda da época, quanto maior e mais elaborado o codpiece, mais másculo era o usuário.Foto de Fine Art Images, Heritage Images, Getty Images




Em 1876, os homens norte-americanos geralmente usavam peças íntimas como esta calça comprida de cor creme, que se fechava na cintura. Foto de Heritage Art, Heritage Images via Getty Images

Quando as bicicletas chegaram às ruas, as jockstraps ofereceram suporte adicional aos ciclistas enquanto pedalavam pelas ruas esburacadas. As primeiras jockstraps (nomeadas em homenagem às correias usadas pelos "jóqueis de bicicleta" e é um tipo de cueca própria para prática esportiva, com maior suporte) foram lançadas em 1874.

As roupas íntimas e os artigos esportivos permaneceram ligados no início do século 20 graças a Jacob Golomb e seus maiôs de cintura elástica e calções de boxe – uma inovação que deu origem aos shorts de boxe como roupas íntimas: as cuecas boxer.

As cuecas do estilo boxer (que parecem shorts curtos) não eram muito populares no início, mas o mesmo não aconteceu com as cuecas tradicionais, que também foram desenvolvidas no início do século 20. Em 1928, Arthur Kneibler foi contratado pela Cooper Underwear Company, onde o "engenheiro de vestuário" introduziu cuecas com estilo de jockstraps. Os shorts jockey de Kneibler foram um sucesso imediato quando chegaram às prateleiras das lojas em 1935.

Nomes de marcas conhecidas estavam no centro das inovações em roupas íntimas dos séculos 19 e 20. A Hanes capitalizou o mercado de ternos de sindicato, os esforços da Golcomb’s tornaram-se a empresa de roupas esportivas Everlast e as cuecas da Kneibler inspiraram a Cooper a mudar seu nome para Jockey. O logotipo com o nome apropriado da Fruit of the Loom também podia ser encontrado em roupas íntimas na virada do século.
A roupa íntima se torna popular

As roupas íntimas tornaram-se um item de moda nas décadas de 1950 e 1960, pois passaram do branco tradicional para uma variedade de cores e padrões, e o desenvolvimento de tecidos como rayon e Dacron possibilitou novos estilos para homens e mulheres.

Como resultado, as propagandas de roupas íntimas se tornaram mais explícitas – e as calcinhas de biquíni e as tangas de náilon logo acompanharam as Tighty-Whities (como os shorts de jóquei da Kneibler seriam chamados mais tarde) nas campanhas de marketing.

Nas décadas de 1980 e 1990, o mundo estava debatendo a questão crítica: boxers ou cuecas tradicionais? As cuecas boxer se tornaram cada vez mais populares após a Segunda Guerra Mundial, pois os homens que serviam nas forças armadas se adaptaram às boxer padrão – que são mais largas, como no Brasil chamamos as “cuecas samba canção”.

Mas, com o passar do século, as pessoas começaram a questionar se havia benefícios para a saúde em usá-las – e surgiu uma tendência de pedir a homens famosos, inclusive o presidente dos Estados Unidos na época, Bill Clinton, que compartilhassem qual tipo de cueca usavam.

Logo, porém, surgiu uma nova opção: cuecas boxer, um híbrido dos dois estilos. O designer da Calvin Klein, John Varvatos, é considerado o inventor das cuecas boxer (mais justas) no início dos anos 1990, embora ele possa não ter sido a primeira pessoa a ter a ideia.

Elas decolaram depois de uma campanha publicitária da Calvin Klein em 1992, que apresentava o rapper que se tornou ator Mark "Marky Mark" Wahlberg usando apenas cuecas boxer brancas da Calvin Klein. Os anúncios explícitos, fotografados pelo fotógrafo Herb Ritz, geraram polêmica e, no processo, tornaram a Calvin Klein um nome conhecido na moda de roupas íntimas.

A inovação em roupas íntimas diminuiu desde então, mas você pode ter certeza de que, quando um novo produto for lançado, o público provavelmente o verá em plena exibição. Afinal, as marcas seguem destacando suas propagandas de roupas íntimas com homens famosos pelos quatro cantos do mundo.


* Texto por Por Melissa Sartore
Publicado 30 de jan. de 2024 originalmente no link: 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

A Pioneira Fotógrafa de Moda: Lady Clementina Hawarden

Lady Clementina Hawarden (1822 - 1865) é considerada a "primeira" fotógrafa de Moda. É daquelas mulheres que a gente admira por terem dado um passo à frente na história, porque no século XIX as mulheres ainda não tinham muito espaço socialmente. Naquela época, a fotografia era dominada por homens, com temas masculinos e principalmente arquitetônicos. O fato de uma mulher ter tido reconhecimento em sua época por apresentar temas femininos foi uma tremenda realização, mas também demonstra que ela teve acesso à essa tecnologia, possivelmente por sua condição social. 
Lady Hawarden trabalhava com uma câmera estereoscópica e fotografava na propriedade de sua família irlandesa em 1857 e continuou o seu trabalho quando se mudou para Londres em 1859. Lá, tirou fotos de suas três filhas mais velhas Isabella Grace, Clementina e Florence Elizabeth. As meninas foram freqüentemente fotografadas em poses românticas. Lady Hawarden exibia suas fotos, ganhou medalhas de prata em 1863 e 1864 e era admirada por Oscar Rejlander e Lewis Carroll, que adquiriu cinco imagens de autoria da fotógrafa. Recentemente, a coleção de fotos abaixo foi avaliada em £150,000, aproximadamente R$450.000,00.


Na foto abaixo, à esquerda, Isabella Hawarden usa um vestido diurno convencional e sua irmã Florence (a moça do lado direito) teve a crinolina removida para o vestido caber na foto. O curioso é que a gente tem a impressão de que mesmo com crinolina o vestido caberia na foto... e está usando um tecido branco adicional envolto de uma forma que reflete a forma do vestido de Isabella. Alterar as peças de moda com intuito de fotografar, nos lembra o trabalho atual dos stylists.

 

Aqui, aparentemente é o mesmo vestido branco acima:


Esta foto de Isabella foi usada na capa da obra de Wilkie Collins intitulada Woman in White. A imagem tem um ar de privacidade e mistério que caracteriza o trabalho de Lady Hawarden. 


Isabella e Clementina em vestidos boêmios. 
Opa! Você sabe o que é um vestido boêmio não é? Se não sabe, leia este post ;)
Não é curioso que quando tiramos aquelas roupas estruturadas dos vitorianos e eduardianos e colocamos neles roupas mais fluidas eles começam a parecer contemporâneos? Até mesmo pose das duas garotas abaixo é parecem atuais. Impressionante como vestir uma roupa sem estruturas altera a forma como se usa o corpo, não é?


Mais uma foto de uma de suas filhas. Lady Hawarden sempre as colocava em situações fantasiosas, pensativas ou melodramáticas...


... aqui por exemplo, as filhas Isabella e Clementina atuam num psicodrama como se estivessem em uma pintura narrativa.



Clementina canalizando grande emoção, num estudo de luz e sombra.


Clementina vestida como um homem com Isabella em trajes femininos


Abaixo, duas imagens de Clementina atuando como uma heroína trágica. Ela usa um véu, seria uma noiva abandonada?



Quartos silenciosos e escassamente mobiliados e mulheres em pose solenes usando roupas extravagantes. O mundo exterior é distante, como um sonho. Essa sensação de romance e fantasia caracterizam os temas góticos explorados na Era Vitoriana. As três filhas de Lady Clementina Hawardem parecem como versões crescidas de Alice do País das Maravilhas. A própria Lady Clementina conheceu Lewis Carroll como colega de fotografia. Na foto abaixo, referência à Alice? Em ambos os lados do espelho, um outro mundo:



Mais fotos, a maioria em interior de residência. Naquela época, mulheres ficavam muito mais no espaço privado do que no espaço público. 


Lady Clementina Hawarden morreu aos 42 anos em 1865. Tem sido sugerido que sua saúde estava gravemente afetada pelos produtos químicos utilizados nos processos fotográficos. Mesmo com uma vida tão breve, podemos a considerar uma das maiores fotógrafas do século XIX. Resgatar a História das Mulheres e valorizar seus contextos é importante - sem comparar com o trabalho dos homens - afinal, haviam limitações justamente por ela ser do sexo feminino. Que mais histórias de mulheres sejam resgatadas para apreciação.

O museu Victoria and Albert de Londres inclui em sua coleção, fotografias originais de Lady Hawarden [aqui].

Fontes Consultadas (texto e fotos):
- http://www.telegraph.co.uk/culture/culturepicturegalleries/9854840/Lady-Clementina-Hawarden-one-of-Britains-first-female-photographers.html?frame=2473604
- Parte traduzida do texto foi autorizado por email por David Walker do The Library Time Machine.

quinta-feira, 20 de junho de 2024

História da Moda e Feminismo (dicas de livros!)

Há algum tempo, pesquisadores de História da Moda tem estudado a indumentária sob uma perspectiva feminista. Pensando nisto, selecionei alguns livros que li sobre o tema podem auxiliar na construção de pensamento a respeito dessa temática.

Segue minha seleção, alguns contém a sinopse das editoras. Em alguns coloquei uma opinião breve, em outros não (demandariam mais tempo para desenvolver minhas observações sobre eles), apenas pontuei de forma bem objetiva.

Não vou conseguir colocar a capa de todos por falta de tempo, mas cliquem no link/nome do livro e serão redirecionados para a Amazon e lá tem a capa e o resumo!



A Criação do Patriarcado [link] e  A Criação da Consciência Feminista [link]

Acho ambas as obras fundamentais para entender a origem da opressão das mulheres e história das mulheres mas "A criação do patriarcado" tem linguagem acadêmica e pode não ser fácil manter a leitura por muito tempo para quem não está acostumada é um livro com muita fonte histórica. "A criação da consciência feminista" possui leitura mais aprazível.

O Cálice e a Espada [link]
Essa é minha sugestão pra quem quer iniciar uma leitura da origem da opressão das mulheres com linguagem simples e acessível. Eu adoro esse livro!

Pornland [link] 
Pesquisa pesada e que faz entender como chegamos nessa sociedade pornificada. 

Arqueofeminismo [link] 
Não sei se gosto do título (mas acho a capa linda) e sei que o livro foi escrito por um homem mas é muito bom no sentido de que trás os textos originais do século XVIII dos primórdios do feminismo. 

O Mito da Beleza [link] 
Um ensaio que possui suas críticas, mas não há o que negar que Naomi Wolf deu o primeiro passo para falar de como a exigência de beleza e feminilidade afeta as mulheres até hoje. Embora tenha um viés liberal, é fácil de associar com a vida real e pode colocar muitas mulheres no caminho do questionamento.


A Mística Feminina [link]
Esse é um livro de 1963, é uma pesquisa sobre mulheres brancas de classe média americanas. Qual é a importância disso? Foi a primeira vez que o problema da opressão das mulheres foi nomeado. É um clássico! A capa já dá uma ideia do conteúdo. Se você curte aquela ideia de pin-up, anos 50, retrô... aqui dá uma ideia de como as mulheres daquela época viviam.



O Ponto Zero da Revolução [link]
Para quem quer entender a divisão sexual do trabalho e o trabalho doméstico feminino.

Filósofas: O legado das mulheres na história do pensamento mundial [link]
Achei desnecessário o prefácio ter sido escrito por um homem. Esse é um livro escrito por uma mulher e sobre mulheres filósofas ao longo da história, não tinha uma filósofA pra prefaciar? Ficou parecendo necessidade de validação. Mas gosto muito desse livro, tem linguagem acessível e lembra as mulheres filósofas da antiguidade até atualmente.

O Contrato Sexual [link] 
Se você é estudante de direito ou já é advogada, juíza etc, você precisa ler esse livro. A autora mostra "que os teóricos do contrato social dos séculos XVV e XVIII calaram-se sobre o contrato sexual que estabelece o patriarcado moderno e a dominação dos homens sobre as mulheres". Ela destrincha tudo que os filósofos do contrato escreveram, mostrando como "se esqueceram" (de propósito) dos direitos mulheres.

Amar para Sobreviver [link] 
Esse é o livro que toda mulher heterossexual deve ler e dar de presente para as amigas e emprestar para as mulheres que conhece. Você não vai enxergar suas relações amorosas com homens da mesma forma depois de ler esse livro.

Contra Nossa Vontade [link] 
Capa lindíssima para falar de um tema espinhoso: um estudo profundo sobre estupro e como foi o processo de tornar isso crime nos EUA. Se você quer entender porque esse assunto é tão abafado: invista nessa leitura!

Material Girls [link]
Um livro que foi polêmico em seu lançamento pois fala sobre como a identidade de gênero se contrapõe aos direitos das mulheres e das lésbicas. Se você quer entender as questões que envolvem transativismo x feministas, esse é o livro que trás as explicações da diferença dos dois pensamentos. A descrição do livro no Amazon é ruim pois não dá a dimensão dos tópicos que o livro aborda, como por exemplo, a origem histórica das ideias, os conceitos e as contradições. Vale ver no Amazon as 4 imagens do sumário pra conhecer os tópicos. Acho a capa super legal.



Gênero, Patriarcado, Violência [link]
Livro excelente que destrincha conceitos citados. Recomendo pra quem já tem uma base teórica dos assuntos abordados pois é bem detalhista no debate conceitual. Nada impede que quem não tem base dos conceitos queira ler se se está disposta a dedicar um tempo a aprender.


Irmã outsider: Ensaios e conferências - Audre Lorde [link]
Difícil alguém ler e não se apaixonar por Lorde! Pode ser um divisor de águas na sua vida.

Por um feminismo afro-latino-americano [link]
Lélia Gonzalez foi uma das mais importantes intelectuais brasileiras do século XX, com atuação decisiva na luta contra o racismo e na articulação das relações entre sexo e raça no Brasil. E estes são textos produzidos de 1979 a 1994. Eu li esse livro em um dia, só para vocês terem uma ideia! (e a capa é linda!)

O perigo de uma história única [link]
Já pode chamar de "clássico"? Chimamanda  é maravilhosa em tudo que escreve. "Nosso conhecimento é construído pelas histórias que escutamos, e quanto maior for o número de narrativas diversas, mais completa será nossa compreensão sobre determinado assunto."

Cartas Lésbicas - Nicole Brossard [link]
Nicole coloca a lésbica como símbolo e materialização da liberdade feminina, este livro é composto de ensaios escritos entre as décadas de 1960 e 1980 seguindo a linha de pensamento feminista franco-anglófono. Não é só para lésbicas é para todas as mulheres interessadas em usos da linguagem.

Download Gratuito 

Zines QG Feminista (feminilidade, direitos reprodutivos, lesbianidade etc) [link]
Compensa MUITO baixar: de graça, linguagem facinha, dá pra imprimir e dar pras meninas da família. É permitido imprimir e distribuir e compartilhar link.

Marilyn Frye - Políticas da Realidade Ensaios sobre teoria feminista [link drive]
Lésbicas brasileiras traduziram esse livro com autorização da autora e nenhuma editora brasileira quis publicar. Lesbofeminismo é silenciado no Brasil, está aí um exemplo. Não é só para lésbicas é para todas as mulheres interessadas sobre teoria feminista. Compartilhem o link!


Se você já leu algum e quer contar o que achou, use os comentários!

terça-feira, 14 de maio de 2024

12 livros de Moda para elevar seu repertório de conhecimento

Constantemente me questionam quais livros de moda eu consulto para elaborar minhas pesquisas e postagens no blog. Selecionei uma lista com 12 títulos, mas é só o começo, em breve indicarei mais livros.


The Dictionary of Fashion History

the dictionary of fashion history

Esta nova edição do The Dictionary of Fashion History atualiza ainda mais o trabalho marcante de C. Willett Cunnington, Phillis Cunnington e Charles Beard. Apresentando mais de 60 novos verbetes  sobre diversos temas. Com muito mais imagens para acompanhar o texto e ilustrar as principais modas - incluindo desenhos animados, estampas e fotografias coloridas luxuosas de peças de vestuário - esta versão do dicionário dá vida a peças de vestuário deslumbrantes e incomuns para pesquisadores, estudantes, figurinistas e todos os interessados ​​no assunto. Clara, concisa e meticulosa nos detalhes, esta obra de referência essencial responde a inúmeras questões relacionadas à história do vestuário e dos adornos e continuará a ser o guia definitivo por muitos anos.

Corset: interpretação da forma e da construção

Corset: interpretação da forma e da construção

Poucas peças de roupa fascinam tanto quanto o corset ou espartilho. Ele, que começou como uma underwear, hoje figura tanto nos bastidores quanto no palco: pode combinar com saia, pantalona, jeans, ou servir para sustentar vestidos soltos, com drapeados, de noiva e o que mais a imaginação alcançar. Mas, para que o caimento seja perfeito, o corset deve ser construído minuciosamente. Corset: interpretações da forma e da construção, revela com detalhes todo o processo de construção de diferentes tipos de corset (overbust, midbust, underbust e waist cincher), desde a modelagem, utilizando a técnica da moulage, até a finalização da peça. Com fotografias mostrando o passo a passo da montagem do corset, este livro comprova que a construção dessa peça é um apurado processo de modelagem e também uma delicada criação poética.


Elegância, Beleza e Poder na Sociedade de Moda dos Anos 50 e 60

Elegância, Beleza e Poder na Sociedade de Moda dos Anos 50 e 60

Baseada na teoria da recepção, a autora realizou por meio de centenas de matérias publicadas em distintas revistas, nacionais e internacionais, a análise da experiência de uma sociedade cujo cerne estava vinculado a um prazer estético que se realizou através do prazer de si no prazer no outro. Discute-se as concepções de elegância e de beleza que se reformularam ao longo das décadas de 1950 e 1960 no Brasil e na França e descreve-se, analiticamente, as práticas de beleza e suas implicações com a constituição de estratégias de poder, responsáveis por compor novos grupos de elite. Em meio as discussões inovadoras sobre a moda produzida nas décadas seguintes a Segunda Guerra Mundial é possível conhecer as crises, as reconstruções e os desafios vividos pela sociedade francesa para se manter como berço da Alta Costura enquanto se modernizava. Também o leitor poderá ver, a partir de novos prismas, como as publicidades, as exaltações da beleza e os concursos de miss da época reformularam estratégias de poder e inserção social e, como essas reformulações exigiram da elite sua transformação. Todos os discursos criados no contexto da segunda metade do século XX, reformulando padrões de elegância e beleza, receitando práticas diversas sobre o corpo e a alma e possibilitando o acesso ao moderno por meio do consumo popularizado do novo, além de criar outras subjetividades, criaram outras relações sociais e novos poderes. 

História social da moda
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História social da moda

A história do vestuário diz muito sobre a sociedade e seu tempo. Nesse livro, a autora traça um interessante panorama da origem da moda e de sua evolução ao longo da história. Conta, entre outras coisas, como os vestuários masculino e feminino passaram a diferenciar-se, como a Igreja tentou conter os modismos na Idade Média e por que só pode existir moda em sociedades cuja estrutura não é estática. Fundamental para entender o espaço cada vez maior que a moda ocupa hoje na nossa sociedade.


História da moda no Brasil: Das influências às autorreferências

História da moda no Brasil: Das influências às autorreferências

Resultado de uma pesquisa vasta e inédita em sua abrangência, o livro "História da Moda no Brasil: das influências às autorreferências", sob a coordenação do jornalista e escritor Luís André do Prado e do professor de moda e escritor João Braga. Com apresentação gráfica primorosa, ilustrado com mais de 400 imagens, o volume permite ao leitor percorrer a história de nosso país por meio das roupas, compondo um painel visual evolutivo dos movimentos estéticos, comportamentais e da criação de moda vivenciados no Brasil.


O guarda-roupa modernista: O casal Tarsila e Oswald e a moda

O guarda-roupa modernista: O casal Tarsila e Oswald e a moda

Entre 1923 e 1929, Tarsila do Amaral e Oswald de Andrade formaram um par icônico da cultura brasileira. O casal Tarsiwald ― apelido cunhado por Mário de Andrade ― se consagrou como um símbolo tanto no campo das artes visuais quanto no da literatura. Em O guarda-roupa modernista , a professora e pesquisadora Carolina Casarin mostra como os dois se apropriaram da moda para deixar a sua marca. Inédita, esta farta pesquisa revela como os ideais modernistas e as contradições do movimento podem ser compreendidos a partir da escolha das roupas de dois notáveis intérpretes do Brasil. Por meio de diferentes registros da época ― vestimentas, fotografias, pinturas, obras literárias, correspondências, depoimentos e recibos ―, a autora nos apresenta a um casal vibrante que soube traduzir em sua aparência a irreverência, a elegância e as ambiguidades do nosso país.


Moda e Publicidade no Brasil nos Anos 1960
Moda e Publicidade no Brasil nos Anos 1960

A segunda metade do século XX ficou marcada na moda pelas roupas de tecidos sintéticos e pelas coleções de prêt-à-porter. É sobre esse momento histórico que a doutora em História Maria Claudia Bonadio traça um panorama, oferecendo, além da linha cronológica, um contexto histórico e cultural do momento vivido pelo país a partir das estratégias de marketing da Rhoda Têxtil e do publicitário Livio Rangan (1930-1985). Durante o período, a empresa relacionava as peças de fios sintéticos com as artes e a cultura brasileiras, mais frequentemente com a música, às artes plásticas e a cor local de diversas regiões do País para atrair o público. Além disso, a Rhodia aproveitava a Feira Nacional da Indústria Têxtil (Fenit), para lançamentos e divulgações com shows-desfiles unindo suas peças a diversos artistas nacionais, entre nomes da música popular, teatro e artistas plásticos. Alisando as estratégias de publicidade, o discurso e a relação com o publico, Maria Claudia descreve, além do ambiente da moda no período, o contexto cultural que vivia o país.


A Cultural History of Western Fashion: From Haute Couture to Virtual Couture

A Cultural History of Western Fashion: From Haute Couture to Virtual Couture


Uma História Cultural da Moda Ocidental orienta você através das relações entre a alta costura e a moda de grife pronta para vestir, a cultura popular, os grandes negócios, a produção de alta tecnologia, bem como as mídias tradicionais e sociais. Explorando a natureza interdisciplinar da moda, English e Munroe também destacam a evolução paralela do design de vestuário e de outras artes visuais nos últimos 150 anos. Esta nova edição inclui uma cobertura ampliada da preparação para a Primeira Guerra Mundial e atualiza este texto clássico. Há também um novo capítulo sobre têxteis inteligentes e tecnologia, explorando o trabalho de Hussein Chalayan e Iris Van Herpen, entre outros, e uma cobertura ampliada do papel da sustentabilidade na indústria da moda contemporânea, incluindo a produção têxtil biossintética e o uso de couro vegano por Stella McCartney.


O império do efêmero: A moda e seu destino nas sociedades modernas

O império do efêmero: A moda e seu destino nas sociedades modernas

Como se explica que a moda seja um fenômeno essencialmente ocidental e moderno? Quais os grandes momentos históricos, as grandes estruturas que determinaram a organização social das aparências?Elaborando uma verdadeira arqueologia do frívolo e do efêmero, uma reflexão que ultrapassa a lógica do diferenciamento social, o filósofo francês Gilles Lipovetsky confere à moda um caráter libertário, faz dela signo das transformações que anunciaram o surgimento das sociedades democráticas. Lipovetsky acaba por nos mostrar que, "no filme acelerado da História moderna, dentre todos os roteiros, o da Moda é o menos pior". Lançado na França em 1987, O império do efêmero provocou polêmicas acirradas: alguns críticos investiram violentamente contra ele, mas outros o consideraram um autêntico guia dos anos 1980.

O cérebro e a moda

Você já se perguntou se as roupas que veste e as marcas que escolhe realmente expressam quem você é e no que acredita? Será que de alguma forma você está sofrendo a influência das imagens que vê nos filmes, nos editoriais de moda e nas campanhas publicitárias? Em O cérebro e a moda, Nathalia Anjos discute como certos paradigmas podem condicionar a nossa noção do que é belo, ideal ou do que está na moda, analisando como as imagens a que somos expostos podem impactar nossas emoções e sentimentos. Esse é justamente o campo de estudo da neuroestética, razão pela qual a autora explica como o cérebro registra os elementos estéticos que recebemos, assim como nossos modelos mentais, crenças e valores por meio dos quais percebemos a realidade e o imaginário coletivo que nos cerca. 


A moda e seu papel social: Classe, Gênero e Identidade das Roupas

A moda e seu papel social: Classe, Gênero e Identidade das Roupas

Nesse livro, um histórico das relações que mediaram a criação e as transformações no uso da moda mostra como sua função de indicar status social foi gradativamente alterada nas sociedades contemporâneas para a de fator de construção da identidade do indivíduo. As discussões histórica e sociológica desenvolvidas serão de grande interesse para os estudiosos da cultura, que encontrarão elementos para compreender os complexos mecanismos que definem a aprovação e a adoção de determinada aparência por membros de um grupo.


História do vestuário

História do vestuário

Esta obra mostra por meio de exemplos práticos a história e o desenvolvimento do vestuário. O autor se deu ao trabalho de tomar como base do seu estudo peças reais de vestimentas que sobreviveram, recorrendo a pinturas, estátuas e outras reproduções unicamente nos casos em que os originais não mais existiam.

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