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quinta-feira, 7 de novembro de 2013

O que é e como fazer hip-pads de 1770-1795 (molde)

Hoje vou ensinar a fazer um molde do que é chamado de hip pad (ou hip rolls) destinado à dar suporte às roupas informais do século XVIII. 
O hip pad nada mais é que duas almofadinhas acolchoadas presas nas laterais dos quadris. Eles eram de tecido (algodão, linho) e enchidos com cortiça, lã, retalhos ou crina.
Hip pads remanescentes são raros, na minha rápida pesquisa encontrei apenas uma imagem de um que está no Museu de Belas Artes de Boston, feito de algodão ou lã e recheado com lascas de madeira e com tiras de lã. As medidas dele são 5.6 x 14 x 26 cm.

Quando falamos em moda feminina do século XVIII, logo nos vem à mente os paniers que davam volume lateral aos quadris. Apesar destas formas extremas serem características da época, no fim do século, com a popularização dos estilos campestres e informais da moda inglesa na França (lembram do meu robe a l'anglaise?), é possível observar uma variedade absurda de formatos e volumes de saia a partir de 1770 conseguidas através de hip e bum-pads colocados estratégicamente nos quadris. A silhueta da época ganhou circularidade, embora ainda houvessem paniers para os trajes formais. Essa silhueta arredondada no quadril permaneceu até meados de 1790, quando iniciou-se a Era Diretório.

Eu considero os hip pads super úteis pra quem quer fazer um figurino informal, campestre ou matutino do século XVIII. Acredito que em certos casos não é necessário a pessoa usar métodos autênticos de suporte para as saias, especialmente se for pra um trabalho de releitura ou num evento revivalista em que usará o traje apenas uma vez. O que é essencial, a meu ver, é conseguir a silhueta adequada e ter um conhecimento básico sobre a época da roupa.

O hip pad que ensinarei o molde agora pode ser usado como suporte de saias do período de 1770 - 1790. Abaixo, algumas obras de Michel Garnier em que se pode supor que as moças usavam hip-pads. Reparem que todas as cenas são informais e caseiras. Estas obras se situam entre fins da década de 1780 e começo de 1790. Clique pra aumentar.


*O molde está desenhado no papel quadriculado apenas pra mostrar pra vocês o passo a passo. O meu molde já foi feito meses atrás e eu simplesmente não me liguei de fotografar o processo! Então façam os seus em papel craft, jornal ou outro papel que usam pra molde.

Molde:
1. Meça com a fita métrica apenas a metade lateral de seu corpo num ponto um pouco abaixo da cintura e divida este valor pela metade. Chame de medida X (a minha deu 17,5).

2. Estude o traje que quer replicar e estime o comprimento (parte que "sai pra fora") do hip pad (eu usei 16cm). Adicione 6cm
à medida e chame de medida Y (a minha deu 22cm).

3. Use a medida Y como vertical e a X como horizontal e risque um retângulo.


4. Da letra Y, desça 6cm na linha e marque a letra A. Risque uma linha reta para auxiliar na futura curva que faremos aí.


5. No topo direito do retângulo coloque a letra B. Faça uma curva suave ligando A - B (com régua curva ou à mão livre).



6. Usando a medida X (a minha era 17,5), meça na linha A-B esta medida (usando fita métrica ou uma régua flexível) e marque a letra C.


7. Faça uma curva suave ligando C - D encostando nas bordas do retângulo.

Esqueci de escrever a letra D no papel; é à esquerda, na linha do X ;-)


8. Está pronto!
Lembrando que este é metade do molde, para o molde todo, basta carretilhar a linha do pad, desdobrar o papel e traçar do outro lado. Assim o molde fica inteiro e basta riscar no tecido. Não esqueça de quando passar pro tecido
adicionar 2cm para costura.


Você pode ver dois tracinhos no molde, é a parte que você deve deixar aberta pra poder colocar o enchimento. Depois de encher, basta costurar a abertura.

Enchimento:
Pode ser retalho, lã, esponja de almofada... eu usei manta acrílica.
Existe manta acrílica já cortada em pedacinhos mas eu comprei por metro (é mais barata), rasguei pedaços e fui enchendo...


As tiras de amarração você que decide qual o melhor comprimento pra amarrar em torno de seu corpo. Fiz com o próprio algodão cru.


Não deu pra eu tirar fotos usando os meus, mas no blog The Pragmatic Costumer tem um post com a moça usando. Ela os fez para um vestido colonial. Link abaixo das fotos.
crédito das fotos: http://thepragmaticcostumer.wordpress.com/2013/08/19/commercial-colonial-undergarments-supporting-a-slightly-more-historical-simplicity-3723-part-3/

Até a próxima! ^-^

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Lingerie Histórica - Parte 6: Bloomer/Pantalettes

O Bloomer original foi uma peça de vestuário inventada pelas americanas Elizabeth Smith Miller e Fabrizia Flynn, mas popularizada por Amelia Bloomer  no início de 1850. Amelia era advogada e lutava pelos direitos das mulheres, por isso a peça recebeu o nome dela.
Bloomers eram calças largas, compridas e folgadas que se estreitavam na altura dos tornozelos e usadas por baixo das saias. Também eram  destinados a preservar a decência vitoriana, uma época de regras rígidas para as mulheres.

O século XIX, foi uma era de urbanização. As bicicletas e a prática de esportes estavam se tornando populares e para que as mulheres pudessem pedalar seria necessário o uso de um vestuário simplificado e confortável. As mulheres adotaram o bloomer nos Estados Unidos e na Inglaterra, onde eram chamados de Knickerbockers.

Mas poucas mulheres usavam a peça, e as que usavam eram ridicularizadas e insultadas pela imprensa. Só que muitas das mulheres que usavam a peça estavam profundamente envolvidas na  “reforma do vestuário”, na abolição da escravatura  e do movimento pelos direitos das mulheres - eram as primeiras feministas, que reclamavam das restrições das roupas e da saúde. O bloomer acabou sendo adaptado também para as meninas e para educação física feminina.



Com o passar do tempo,  ficaram em alta para a classe média, ficando mais populares na década de 1910 e 1920.

Algumas vezes os bloomers são relacionados às pantalettes (calças longas), um tipo de pantalonas  usadas por meninos e meninas muito jovens que se originou na frança no século XIX e se espalhou pelos Estados Unidos e Inglaterra. As pantalettes (imagem ao lado) eram usadas por meninos e meninas. Feitas em seda, linho ou algodão, eram usadas para cobrir as pernas até o tornozelo ou as panturrilhas, eram lisas com babado de rendas ou outro acabamento na parte inferior de cada perna, presas na cintura com botões ou laços. As mulheres do século XIX costumavam usar embaixo do petticoat para se protegerem do aço da crinolina e garantir que as pernas nunca fossem mostradas.  


O bloomer é uma das mudanças (ou reforma) mais importante na história do vestuário feminino. Subverteu gêneros e botou abaixo a regra de "calças para homens/saias para mulheres". Foi um marco também na roupa para esportes. Até então não havia um tipo de roupa específica para a prática esportiva. Além de ter vestido as mulheres em calças, o bloomer também deu origem ao sportwear.

Atualmente, os bloomers e pantalettes são usados pelas diversas variações da moda Lolita, pelas góticas e pelas moças Steampunk. Podendo serem usados embaixo das saias ou mesmo como peças à mostra.

Pantalettes e Bloomers atuais de subculturas:


Mais sobre lingerie histórica:Lingerie Histórica - Parte 1: Farthingale e Guardainfante
Lingerie Histórica - Parte 7: Corsets (em breve)

O texto foi escrito pela autora do blog de acordo pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

Lingerie Histórica - Parte 5: Crinolette/Bustle

Por volta de 1864, a forma da Crinolina começou a mudar. Ao invés de ser em forma de cúpula, a frente e os lados começaram a se estreitar, deixando apenas o volume na parte de trás. O tipo de crinolina que apoiava este estilo era conhecido como um Crinolette

O crinolette é composta por 26 meios-arcos costurados em uma meia-saia de algodão. Os meios-arcos eram conectados por dentro da saia através de tiras, que poderia-se apertar ou afrouxar dependendo do tamanho desejado.


1870
1870
Mas a Crinolette  foi rapidamente substituído pelo Bustle.

Bustle é a evolução da crinolette, que aconteceu entre 1867 e 1872. Eram feitos em tecidos pesados visando puxar a parte traseira de uma saia para baixo e esticá-la, mas podia perder a sua forma no uso diário devido à movimentos como sentar-se ou movimentar-se com freqüência. Os crinolettes e os Bustles eram mais restritivos que as crinolinas, a frente reta e as tiras presas ao redor do corpo tornavam os movimentos mais difíceis.  O problema de sentar era resolvido empurrando o bustle para o lado ou sentando na ponta dos assentos.
Abaixo, bustle de 1875, 1885-87 e um desenho:


Muitos cartoons fizeram piada dos bustles, comparando as mulheres à besouros ou caracóis.


Com o bustle, o tecido em excesso e os enfeites foram transferidas para a parte de trás da saia. Esse volume ainda era necessário para dar a mulher a aparência de cintura fina e quadris largos. Entre as décadas de 1870 e 1880, o bustle teve as mais diferentes formas. Apenas durante um curto período entre 1878 e 1882, nenhum tipo de bustle foi usado e as costas dos vestidos eram retas. Mas então, ele reaparece em 1885 atingindo proporções exageradas. 



A moda dos bustles imensos acabou em 1889. Entre 1890 e 1900, o bustle sobrevive como um suporte elegante para as saias, pois equilibrava a famosa silhueta em S que empurrava o busto pra frente e os quadris para trás. A peça caiu em desuso entre 1905 e 1913, ao mesmo tempo que o corset.


 
Hoje em dia os bustles -  estruturas de metal - são raros, as exceções são nas coleções alta costura e vestidos de noivas. Mas durante uma época do Late Victorian as mulherem não usaram o bustle, foi a chamada era da "silhueta natural", elas apenas modelavam e davam volume à parte de trás  com os tecidos dos vestidos.
Um famoso exemplo recente de vestido com o bustle feito apenas em tecido, é o vestido feito pelo estilista Eiko Ishioka, que ganhou um Oscar por seu figurino no filme Drácula de Bram Stoker.




Mais sobre lingerie histórica:Lingerie Histórica - Parte 1: Farthingale e Guardainfante
Lingerie Histórica - Parte 7: Corsets (em breve)

O texto foi escrito pela autora do blog de acordo pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

Lingerie Histórica - Parte 4: Crinolina/Cage

O termo Crinolina deriva de Crin, palavra francesa para crina de cavalo. Na França, a partir de 1829, a crina era enfiada através do petticoat para endurecer-lo. Mais tarde, na década de 1850, cana, barbatanas de baleia  e  aros de aço foram desenvolvios para dar um efeito similar ao de uma gaiola (em inglês: cage).

Ao contrário do Farthingale e do Pannier, usado apenas pela corte e pelas classes altas, a crinolina foi adotada por mulheres de várias classes sociais, mesmo com muitas anáguas (para evitar que o aço aparecesse), peso e volume, havia uma produção em massa. A crinolina é considerada a primeira peça de roupa usada por todas as classes sociais. Mas, as peças eram objetos de sátira nos jornais e odiados pelos apoiadores da “dress reform”, um grupo de pessoas que lutava pela reforma do vestuário.

Dizem que a crinolina chegou ao tamanho máximo de três metros de diâmetro, e alguns jornais sensacionalistas dizian que as dificuldades das mulheres ao passar por portas, entrar em carruagens, assim como o perigo de pegar fogo em velas, ficarem presas em máquinas, fora os problemas de movimentos corporais. Apertadas por corsets, se as mulheres não se sentassem de determinada forma, a crinolina poderia voar em seus rostos e feri-las. Mas será que tudo isso era verdade? Ou chamariz para notícias?

Posteriormente, estas peças passaram a ser feitas apenas de aço, se tornando mais leves e fazendo com que apenas duas anáguas fossem suficientes pra esconder o metal. A  gaiola de crinolina permitia às mulheres mover suas pernas livremente sob a gaiola mas a peça se balançava facilmente de um lado a outro, e como a decência era lei, elas deviam usar bloomers, botas acima tornozelo e evitar toda possibilidade de mostrar alguma parte das pernas.

O século XIX foi um período de dominação masculina, os homens eram considerados "sérios, ativos, fortes e agressivos" e usavam roupas escuras, com pouca ornamentação. As mulheres eram consideradas "frívolas, inativas, delicadas e submissas" e usavam roupas delicadamente enfeitadas que inibiam os seus movimentos.  Alguns dizem que a crinolina simbolizava a fertilidade feminina, ampliando tamanho dos quadris, e a cage (gaiola), era um sinônimo de prisão feminina. Para outros historiadores de moda,  a crinolina também era uma representação de como as mulheres burguesas "vestiam uma armadura" para encarar a vida urbana moderna, ou seja, a largura da enorme saia  era uma barreira entre a usuária e as outras pessoas. Para os burgueses, essa distanciação era importante numa época em que a urbanização e industrialização levou a um contato mais frequente com estranhos. Também poderia ser uma forma de diferenciar-se da classe trabalhadora. Mas mesmo usando crinolinas, ao contrario do que se pensa, as mulheres eram muito ativas.



Por volta de 1864, a forma da crinolina começou a mudar. Ao invés de ser em forma de cúpula, a frente e os lados diminuíram e  o volume ficou apenas na parte de trás,  a peça foi chamada de Crinolette.
 
Em tempos recentes, em sua primeira coleção solo, a estilista Vivienne Westwood usou a crinolina como inspiração. A coleção era intitulada Mini Crini, onde ela usou crinolinas em saias curtas e com de aros de plástico flexível em 1987 (foto ao lado).  

A crinolina é imensamente usada em vestidos de noiva, na subcultura Lolita e na gótica,  já que ambas tem raízes na estética do século XIX. Um dos modismos mais recente é usar uma crinolina estilizada por cima das saias.

Crinolina de 1860 e 1867:


Formas de sentar de modo à não se machucar:


Sátiras de jornais com a crinolina:
Importante: sendo sátiras, não condizem com a realidade. Já vi a última imagem sendo usada como ilustração em apostilas  e em outros sites sem avisar que é algo cômico. Atenção para a reprodução de informações incorretas.


Mais sobre lingerie histórica:
Lingerie Histórica - Parte 1: Farthingale e Guardainfante
Lingerie Histórica - Parte 7: Corsets (em breve)

O texto foi escrito pela autora do blog de acordo pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

Lingerie Histórica - Parte 3: Petticoat (Anágua)

O Petticoat nada mais é do que uma anágua, ou seja, uma saia de baixo. Uma peça de roupa para ser usado sob outra saia ou um vestido.

Essa prática  começou a ser estabelecida em 1585, onde as anáguas eram usadas por mulheres que queriam modificar o formato do seu corpo através das roupas. A anágua,  volumosa ou dura, dava à saia de cima um formato de abóbada, dando a impressão de ter-se uma cintura menor do que realmente a mulher tinha. Anáguas elaboradamente decoradas eram usadas à vista sob vestidos com fendas abertas na frente em meados do século XVI e posteriormente no século XIX. Já as anáguas do século XVIII eram de lá ou seda e acolchoadas para esquentarem o corpo e eram usadas com vestidos curtos ou jaquetas.

No século XIX, anáguas elaboradas eram algumas vezes suportadas por ossos de baleia. E então, em 1820, a valsa tornou-se popular e as saias com anágua foram revividas na Europa e Estados Unidos, e elas passaram a ter mais voltas e múltiplas camadas volumosas.
O peso das roupas, assim como o peso e o aperto dos espartilhos, faziam as mulheres desmaiarem. Nas décadas da Era Vitoriana, onde um corpo “encorpado”, era associado à saúde, riqueza e pertencimento a uma classe mais elevada, as anáguas tinham papel essencial para dar volume no corpo, já que, ser magra era ser associada à pobreza, doença e pertencimento à classe baixa. Até 1870, as anáguas estavam muito em voga, até que entrou na moda o Bustle. Mas ainda houve um pequeno revival de vestidos cheios de anágua entre 1890 e começo do século XX, mas poucas mulheres usaram.

As anáguas foram revividas pelo estilista Christian Dior em 1947, quando ele criou o New Look (postagem específica em breve), um look com saias de muitas camadas, babados e anáguas engomadas, que ficaram muito populares na década e 50 especialmente entre as adolescentes.

Há poucos anos, as anáguas voltaram à moda através subculturas, primeiro pela moda Lolita japonesa e há seis ou sete anos atrás na moda a gótica, assim como na subcultura do Vintage Rock n Roll e pessoas que gostam de se vestir com trajes de época. A finalidade atual das anáguas nas subculturas, nem sempre é ser roupa de baixo, há anáguas feitas para serem usadas por cima das roupas e nas mais diversas cores. A cantora Amy Lee ajudou a popularizar as petticoats entre as adolescente nos Estados Unidos há poucos anos atrás.

As anáguas como armação/proteção de saias:



Sobre saia aberta/curta exibindo anáguas elaboradas:




Reproduções: 



Petticoats ao estilo tradicional americano:



A Moda Alternativa cria anáguas dos mais variados tecidos e modelos, não apenas  com a finalidade de ser lingerie, muitas peças são para se usar de modo aparente:



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Lingerie Histórica - Parte 7: Corsets (em breve)

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*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

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