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segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Banhistas da Era Diretório


A imagem acima é um cartoon publicado entre 1810-1815 que ilustra jovens banhistas da era diretório. Os homens usam calção curto e abotoado. A mulher está usando um traje específico para o banho na altura dos joelhos.
Se esta ilustração foi inspirada numa cena real, mostra um lado pouco visto e comentado desta época e porque não, revolucionário. Os elegantes calções masculinos; a presença feminina num momento tão "pouca roupa em público junto aos homens" juntamente com o fato de o elemento água e mulheres sempre terem sido cercados de superstições.

 Me veio à mente as seguintes questões:
- já havia um traje de banho masculino nesta época? Se sim, ela era bem ousada quando comparamos com os trajes de banho do século XIX.
- a imagem é fantasiosa?
- seriam estes trajes pertencentes à famosa juventude rebelde da época, os Incroyables et merveilleuses?
- seria um traje experimental?

Acredito - baseado em muita coisa que li - que imagens não devem ser consideradas verdades supremas em história da moda e da arte. A elite e suas roupas sempre eram melhoradas nas obras (assim como hoje nos photoshopamos); há cartoons irônicos e satíricos que são divulgados em sites e blogs como se fossem fatos reais; há diversas roupas históricas em museus que se revelam bem mais "simples" do que pareciam ser nas obras de arte e imagens (desenhadas) de época...

Vocês tem mais informações sobre a existência deste tipo de trajes de banho nesta época?  


Fonte: https://en.m.wikipedia.org/wiki/File:Le_Supreme_Bon_Ton_15_Les_Nageurs.jpg 
também publicado em La Revolution Française Images et récit. 1789-1799 de Michel Vovelle, 1986.

terça-feira, 28 de maio de 2013

A Moda e o Tempo: A Revolução Romântica na Moda

Vocês já devem ter lido o post "A Lei de Laver - A Moda e o Tempo" que falava como fatores econômicos e sociais influenciam o gosto e as escolhas de moda dos indivíduos. Nesta postagem volto a abordar a relação entre Moda e Tempo, mas sob outro ângulo.
Embora os indivíduos tenham sido censurados por se vestirem como jovens ou velhos demais, às vezes a própria moda cometeu o mesmo crime. Em determinados períodos da historia, toda uma geração de carneiros - sem mencionar alguns lobos - usou roupas de cordeiro. Em algumas épocas, os estilos que prevaleceram para homens e mulheres sugeriam maturidade avançada, dando aos jovens uma aparência de meia-idade. 
Essas mudanças na moda não são arbitrárias e extravagantes e sim, o sinal externo e visível de profundas alterações sociais e culturais. A adoção de estilos juvenis nunca envolve a roupa isolada. Invenção, experimentação, novidade e acima de tudo juventude, entram na moda e a própria moda começa a imitar as roupas de crianças. Às vezes os estilos copiados são contemporâneos, com frequência são aqueles que a última geração de adultos usou quando era jovem. Ao vestir estes estilos, os indivíduos comunicam graficamente que se recusam a se colocar no lugar de seus pais ou a se parecer com eles de alguma maneira.

Veja as outras partes desta sequência:
A Moda e o Tempo Parte 1: A Revolução Romântica na Moda
A Moda e o Tempo Parte 2: Os Primeiros Vitorianos
A Moda e o Tempo Parte 3: O Homem Vitoriano e sua Barba
A Moda e o Tempo Parte 4: Mulheres Vitorianas

 
A Revolução Romântica na Moda 

No século XVIII as roupas eram - e foram durante muito tempo - extremamente formais, rígidas e elaboradas. As pessoas ricas dos dois sexos vestiam trajes com enchimentos, barbatanas, fitas, enfeites e bordados. Os pés eram apertados em sapatos de salto e bico fino. As cabeças dos homens recebiam o peso das perucas e cacheadas; as das mulheres, construções complicadas de cabelo verdadeiro e falso que podiam levar horas para serem realizadas e às vezes atingiam alturas surpreendentes (são vistas nos retratos de Maria Antônieta e das mulheres de sua corte). 

A moda extravagante feminina tinha trajes com armação lateral nas saias, enfeites e penteados elaborados. Os homens, igualmente enfeitados com babados, bordados e grandes perucas.



Alguns homens foram longe, com o estilo "macaroni", originado por volta de 1770 por jovens ingleses que viajavam para a Italia. Em suas cabeças um penteado pompadour extravagante.





1880: traje feminino mais simples

A mudança para estilos mais infantis e simples ocorreu na época das revoluções francesa e americana, e foi uma manifestação da mudança politica, social e cultural. Mesmo antes de 1776, o movimento romântico, com ênfase no simples e natural, começou a se refletir no modo de se vestir.

Foi especialmente evidente na Inglaterra, onde franzidos e rendados para homens e enormes armações laterais de saias para as mulheres começaram a desaparecer na década de 1770. A moda americana obedeceu a inglesa embora à certa distância como acontece nas províncias. 

Na França, a extravagância e o excesso de adornos continuaram até a véspera da Revolução quando o Terceiro Estado aboliu a distinção de classes na maneira de vestir* e aristocratas aterrorizados abandonaram suas armações e jóias. Em uma crise, as pessoas tem menos tempo de comprar ou desenhar novas roupas. Uma vez passada a crise, foram introduzidos estilos mais simples, primeiro imitando os já existentes na Inglaterra, depois levados ao extremo.

Por volta de 1800, mulheres e homens usavam o tipo de roupa que deviam ter vestido em crianças: vestidos de musselina branca, decotados, de cintura alta para as mulheres; casacos simples, sem adornos, calças brancas e marrom claras para os homens. As perucas e penteados elaborados cederam lugar a um cabelo mais curto, de aparência mais natural. As saias ergueram-se do chão, revelando tornozelos cobertos por meias brancas infantis e sapatilhas sem salto para os dois sexos. Os poemas de Blake Wordsworth proclamavam a virtude e a nobreza naturais da infância. Estes trajes tinham a energia, espontaneidade e sensibilidade romântica infantil daqueles que os vestiam (continua...).

De fins do século XVIII a começo do século XIX, os homens abandoram os adornos por um estilo mais simples, inclusive nos cabelos: 



As mulheres passaram a usar roupas com aparência infantil: longos vestidos de musselina com a cintura alta e sem os corsets que delimitavam a cintura (meninas crianças ainda não tem cintura), o que dava à elas uma aparência juvenil, pareciam ser mais jovens que suas idades verdadeiras.



* Diferente de hoje que temos uma moda mais democrática e acessível, antigamente as roupas diferenciavam claramente as classes sociais.


O texto foi escrito pela autora do blog de acordo pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
Fonte: livro A Linguagem das Roupas
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Século XVIII e XIX : Diretório, Império e Regência

A moda do final do século XVIII e começo do século XIX na França, se divide em três períodos: o primeiro, de 1789 a 1799, chamado de Diretório, foi um período de mudança brusca nas vestimentas. O segundo período, de 1800 a 1815, é a época da chamada “moda Império”, baseada na silhueta neoclássica. De 1815 a 1825, ocorre o período final do Neoclássico, chamado de Regência, cuja moda muda gradualmente para o estilo romântico.

Mesmo antes da Revolução Francesa, havia um interesse por tudo que fosse inglês. Na época, os ingleses gostavam de passar o tempo em suas propriedades rurais e para isso adotaram uma forma simples de se vestir. Essa liberdade inglesa fez surgir na França uma onda de anglomania. A busca pela simplicidade significou o abandono das roupas “da corte”, havendo a adoção das roupas de campo inglesas. Após a Revolução Francesa, todos os trajes que lembrassem o luxo, excesso, riqueza e ostentação visual, tão características da nobreza na Era Rococó, eram agora indesejáveis. Como resultado, a moda sofreu uma transformação radical, com as roupas se simplificando ao extremo e a França, que ditava moda, passando  a se inspirar na moda rural inglesa, na chamada “Volta à Natureza”.

1795 – 1799: Diretório

No início da década de 1790, o traje dos homens – que era bem mais enfeitado do que o das mulheres, começou a perder a decoração superficial como as rendas e cores vivas. Esta mudança foi lenta, mas alterou completamente a roupa masculina que se tornou a partir de então, mais escura. Outras alterações importantes incluem a adoção das calças dos marinheiros e do proletariado urbano da Revolução Francesa, o desaparecimento gradual do uso de perucas e do pó de cabelo.
Durante os anos de Diretório, o ideal de beleza era neoclássico, ou seja, as mulheres procuravam se assemelhar às estátuas gregas da antiguidade clássica.
Houve uma simplificação do traje usado por meninas pré-adolescentes desde a década de 1780, que já não eram obrigados a usar versões em miniatura de trajes de adulto como os panniers.

Na moda feminina, além do abandono dos tecidos pesados, das ancas, dos panniers e dos corsets, a cintura se tornou mais elevada, indo parar logo abaixo do busto. Os vestidos eram longilíneos e fluídos e viriam a ser conhecidos como “vestido império”. Eram finos e transparentes em musselina, cambraia ou morim e iam até os pés, sendo necessário o uso de malhas brancas ou cor de rosa por baixo para disfarçar a transparência.


reticula

Havia pouca diferença da roupa para noite e da roupa para o dia, exceto pela qualidade dos tecidos. Nos pés as moças usavam sapatilhas sem salto ao estilo bailarina.
Por conta do tecido dos vestidos serem finos, impossibilitou-se a presença dos bolsos, surgem então, as primeiras bolsas, chamadas de “retícula” (imagem à direita).
Os penteados eram simples, repartidos ao meio, presos e com pequenos cachos. Era considerado elegante enfeitá-los com plumas de avestruz.
No tempo frio, usava-se o spencer, um casaquinho curto até acima da cintura, cortado em cores idênticas às do vestido; o redingote (outro tipo de casaco) também era usado e enfeitado com pele e era em tecidos pesados.


Na moda masculina, com o abandono das roupas “da corte” e a aceitação das roupas de campo inglesas, os bordados desapareceram e as peças passaram a ser em tecido liso. Agora, o corte e a costura eram indicadores de qualidade e não mais a quantidade de enfeites e bordados. O casaco se tornou comprido, botas de formatos diferenciados substituíram os sapatos rococó, os coletes ficaram curtos, os colarinhos eram altos até a nuca, e eram usado com lenços ao redor do pescoço. 
Nas pernas, calções com bolso faca e botas. Os calções até o joelho, fraque em tecido liso, scarpin e a meia de seda branca eram usados apenas à noite. Usavam uma forma primitiva de cartola e cabelos curtos com costeletas.



Era um visual novo e extravagante para a época, os primeiros jovens que adotaram esse look eram chamados de Incroyables e esta era considerada uma moda de subcultura. Já as moças que adotaram o visual feminino  inspirado nas estátuas gregas eram chamadas de Merveilleuses.
A moda masculina extravagante do Diretório teve fim quando Napoleão chegou ao poder, mas a moda feminina se manteve por mais alguns anos.



1804 – 1815: Império

A Moda Império ou Neoclássica foi inspirada na Grécia antiga e teve seu ápice na coroação do Imperador Napoleão em 1804. Exceto nos tempos primitivos, na década de 20 e nos tempos atuais, nunca as mulheres haviam usado tão pouca roupa. Os trajes pareciam ter sido criados para um clima tropical e de fato, a Europa estava passando por uma época de temperaturas mais altas que o normal.
Napoleão Bonaparte foi coroado Imperador em 1804 e fez questão de fazer da França um país líder de moda. Bonaparte estava seguindo uma longa tradição de promover a economia francesa através da moda. Sua esposa, a Imperatriz Josephine era um ícone de estilo e o que usava era copiado pelas mulheres.

Na moda feminina, era usado uma espécie de camisola leve, decotada que ia até os tornozelos com uma saia de formato em “A”, tinha cintura alta (logo abaixo do busto), e pequenas mangas bufantes. As roupas diurnas poderiam ter golas, mangas e nenhum enfeite. Havia também gradações de vestidos como: vestido da tarde, vestido de caminhar, vestido de viajar, etc.



Vestidos brancos eram sinal de status social, já que o branco suja facilmente, eles eram usados à noite com enfeites em renda, decotes, um volume extra na parte de trás que podia ser carregado nas mãos e eram usados com luvas longas. As moças usavam cores suaves como rosa, azul ou lilás. Já as senhoras cores mais sérias como roxo, preto, vermelho, azul ou amarelo.

Rufo

 
O corset era usado, sem apertar, por uma minoria de mulheres que desejam parecer mais magras, nessa época haviam lingeries que disfarçavam a transparência dos vestidos, como um tipo de pantalona em tom nude que ia até o tornozelo e uma peça que evoluiria para se tornar o sutiã moderno, chamado "divórcio", que servia para separar os seios da mulher.

Os rufos voltaram à moda em tamanhos discretos; o xale era uma peça essencial no guarda roupas feminino. Saber usar um xale com graça era característica da mulher elegante. Como acessórios: luvas,sombrinhas, leques e retícula. Os sapatos eram sem salto ao estilo sapatilha ou bailarina.

Os cabelos eram presos, repartidos ao meio, com cachos. As mulheres casadas e mulheres elegantes deveriam sair às ruas usando bonnets (imagem acima, à direita) com abas largas nas laterais, cobrindo as orelhas. 


Na moda masculina, os franceses adotaram a moda inglesa como lei. A casimira – tecido preferido dos alfaiates ingleses, foi introduzida na França. A casimira é um tecido que pode ser bem esticado e bem moldado, ao contrário da seda francesa. Assim, a casimira e as roupas ajustadas ao corpo se tornam a essência da elegância e nascem os primeiros Dândis , que surgiram ao mesmo tempo em Londres e Paris.  
O dandismo prega a simplicidade na roupa masculina, peças sem bordados, tecidos lisos, cores primárias, uma elegância refinada, sóbria. Era um repúdio à extravagância e ostentação da geração anterior.
 
George Bryan Brummel, foi o homem que definiu o estilo dandi. Ele se orgulhava de suas roupas não terem rugas e de suas calças se ajustarem à perna como se fosse sua própria pele.

Os trajes dandis eram muitas vezes, sendo as peças: casaca, colete, calções, casacos, um de cada cor. Os coletes eram curtos e de corte quadrado. Os botões ficavam abertos pra mostrar o babado da camisa. Durante o dia usavam-se calções justos por dentro das botas de montaria. À noite, meias de seda com scarpins. Também podiam usar calças largas que não mostravam o contorno das pernas.
O colarinho da camisa era virado pra cima, com as duas pontas projetadas sobre o rosto, firmadas por um lenço chamado de plastrom, que eram quadrados de gaze, musselina ou seda dobrados em forma de tira e enrolados em volta do pescoço. Essa tira, de tão dura, tornava quase impossível virar ou abaixar a cabeça, o que contribuía para a fama arrogante do dandi.



Os dandis usavam cartolas ou chapéu bicorne. Os cabelos eram curtos, ocasionalmente usavam costeletas ou bigodes.


 

Iniciou-se o uso da bengala, o novo símbolo da elegância. Após 1819, as roupas dos dandis ficaram ainda mais extravagantes: as cartolas ficaram com a copa mais larga que a aba, as extremidades dos colarinhos chegavam quase até os olhos, as calças terminavam logo acima das botas, o plastrom ficou mais apertado e mais alto e a cintura passou a ser afinada com corsets. O corset masculino era chamado de "cinta" ou "vestes", já que a palavra "corset" soava muito feminina.


1811 – 1820: Regência ou Era Georgiana: Transição do Neoclássico 
para o Romântico

Em 1814, a moda francesa e a moda inglesa divergiam notavelmente. As francesas ainda usavam muito branco e a saia dos vestido ao invés de cair reta até o tornozelo, agora abria-se na barra.




Já as roupas inglesas, estavam começando a adquirir um ar romântico, com elementos elizabetanos que gradativamente viriam a se tornar a moda Romântica. As mangas passaram a ter um enchimento nos ombros revivendo a estética Tudor/Renascentista.


Dentre essas mudanças, houve a volta definitiva e gradativa dos corsets em formato “pontudo”, mesmo para as meninas. As saias adquiriram formato de cone, se tornaram mais pesadas e a tinha babados ou adornos perto da barra. Diversas anáguas voltaram a ser usados para sustentar o formato e volume das saias.
Chapéus e penteados tornam-se mais elaborados para equilibrar o alargamento saias. Sobretudos e capotes tornaram-se moda, muitas vezes contrastando com golas de pele ou de veludo.

Na moda masculina o estilo dandi se manteve e a silhueta masculina passa a se inspirar em heróis medievais, mantendo a cintura fina através de corsets, com os ombros largos e os quadris curvilíneos. Em 1820, o estilo gótico medieval estava firmemente instalado na moda e dá-se o fim da moda ao estilo Império.

Curiosidade:
Durante a primeira metade da época Vitoriana, havia uma visão negativa da moda Império (1795-1820). Muitas mulheres da Era Romântica e Vitoriana se sentiam desconfortáveis ao lembrar que suas mães e avós tinham usado este estilo de vestimenta que poderia ser considerado extremamente indecente de acordo com as normas morais da Rainha  Victoria.
A maioria das mulheres achava um difícil  simpatizar com as lutas de  heroínas da arte ou de literatura se estivessem usando essas roupas. Por isso  algumas pinturas das guerras napoleônicas e ilustrações de literatura foram  deliberadamente alteradas, as moças passaram a usar roupas equivalentes aos anos de 1840 ou eram anacronicamente transferidos para uma geração anterior (como para a estética Rococó, por exemplo).
Mais tarde, no fim período Vitoriano e  começo da Era Eduardiana o estilo Império passou a ser considerado uma relíquia de épocas passadas e já não era tão mal visto. A silhueta foi revivida no final dos anos 1960  e início de 1970 e atualmente é bem comum em vestidos de noivas "modernas", que não querem casar com um vestido tradicional com aparência Romântica.

O texto foi escrito pela autora do blog de acordo com pesquisas em livros de Moda lançados no Brasil e no exterior. Se forem usar o texto na íntegra para trabalhos ou sites, citem o blog como fonte. Leiam livros de Moda para mais informações e detalhes.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas. 

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