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segunda-feira, 10 de junho de 2013

As Mulheres Tatuadas da Era Vitoriana e do Começo do Século XX

Publiquei em meu outro blog, o Moda de Subculturas, sobre o livro Bodies of Subversion - A Secret History of Women and Tattoos. A obra fala sobre o início da tatuagem ocidental com a descoberta do Capitão Cook de nativos Maori tatuados na década de 1760 e discorre sobre o tema até os dias de hoje.

No século XIX, a tatuagem rapidamente tornou uma tendência de moda entre as mulheres da classe alta da sociedade vitoriana. Isso devido aos relatos dos exploradores da época, ao voltar para o Reino Unido cheios de contos sobre as estranhas e maravilhosas mulheres tatuadas que viam em suas viagens. As mulheres vitorianas tinham pernas ou braços tatuados com os nomes de seus maridos ou com desenhos decorativos que funcionavam como jóias. A tendência diminuiu por volta da virada do século, em parte porque as mulheres de circo começaram a aparecer na década de 1880, e a prática rapidamente tornou-se associada com as classes mais baixas. Essa idéia de associar tatuagem com classes baixas permaneceu por um bom século, agravada por outros fatores. Porém, nem todas as mulheres vitorianas faziam livre escolha de se tatuar, algumas foram tatuadas contra a sua vontade para  virarem atrações circenses.
 "Mulheres da classe alta vitoriana estavam fazendo um gesto feminista. Elas estavam tomando o controle de seus corpos quando eles tinham pouco poder em outro lugar", explica Mifflin. 
Abaixo algumas mulheres tatuadas da virada do século:

Olivia Oatman: teve sua familia morta por índios yavapis no oeste dos Estados Unidos. A tribo a raptou e fez nela a primeira tatuagem em uma mulher branca que se tem notícia. Aos 19 anos foi resgatada e virou celebridade local por sua tatuagem tribal no rosto.


Nora Hildebrandt foi a primeira mulher a ser tatuada para ser uma atração de circo. Ela fez sua estréia em Março de 1882. Nora foi tatuada por seu pai, o alemão Martin Hildebrandt, um dos primeiros homens ter uma loja de tatuagem nos Estados Unidos, mais especificamente em 1846. Ela era a tela de seu pai quando ele não estava tatuando marinheiros ou soldados da Guerra Civil. Estima-se que ela teria tido 365 tatuagens do pescoço aos aos pés. Ela viajou com o Barnum and Bailey Circus durante a década de 1890 e é considerada "a mãe de todas as mulheres tatuadas de circo".


Irene Woodward, também conhecida como La Belle Irene, começou a realizar performances como mulher tatuada na década de 1880. Fez sua estréia em grande estilo em Nova York, poucas semanas depois de Nora Hildebrandt. Trabalhou em museus e fez viagens por toda a Europa com grande sucesso. No palco, alegou ter sido tatuada por seu pai, mas na verdade foi tatuada por Samuel O'Reilly, então aprendiz de Charles Wagner. Irene passou 15 anos trabalhando em circo.


Maud Wagner, é considerada a primeira tatuadora americana. Teve encontros amorosos antes do casamento (com seu futuro marido Gus) em troca de aulas de tatuagens. Ela também era trapezista e contorcionista. Seu marido Gus, foi o primeiro a utilizar uma máquina de tatuagem elétrica. Sua filha também Lovetta Wagner também tornou-se uma artista reconhecido, apesar de não ter tatuagens.


Mildred Hull, "A Rainha Bowery", nasceu em 1897 e era uma mulher tatuada e uma tatuadora. Mildred começou a sua carreira no circo como uma dançarina exótica e depois virou tatuadora sendo uma das pioneiras a aprender a tatuar sem a ajuda de um namorado ou marido. Em 1939, ela tinha seu estúdio chamado Tattoo Emporium, que compartilhava com um barbeiro. Ela tatuou muitas mulheres ao longo de sua carreira.


Artoria Gibbons, cujo seu verdadeiro nome é Anna Mae Burlingston,  conheceu o tatuador Charles Gibbons, com quem se casou em 1912. Seu marido tatuou todo o seus corpo com motivos religiosos, já que Anna era devota da Igreja Episcopal. Junto com Charles, ela trabalhava como mulher tatuada na década de 1920 sob o nome artístico Artoria Gibbons. Entre suas tatuagens estavam a Anunciação de Sandro Botticelli e a Sagrada Família de Michelangelo. Artoria chegou a dizer que se tornou uma mulher tatuada devido aos problemas econômicos já que o trabalho como mulher tatuada era uma boa maneira de sobreviver.


Lady Viola nasceu 27 de março de 1898 em Covington, Kentucky, e seu nome verdadeiro era Ethel Martin Vangi. Foi tatuada em 1920 por Frank Graf e logo se tornou conhecida como "a mulher tatuada mais bonita do mundo". Ela trabalhou em museus e participou do circo Thomas Joyland até os 73 anos de idade.


La Bella Angora foi performer de um circo alemão do início do século XX, e alcançou grande fama. Também criou a história de palco de que suas tatuagens foram feitas quando ela foi sequestrada em terras distantes por selvagens.


Betty Broadbent, teve  seu corpo tatuado por homens como Van Joe Hart, Charlie Wagner, Red Gibbons e Tony Rhineagear. Betty gostava de passar o dia na beira da praia e foi uma das circences mais fotografadas de sua época. Fez história ao aparecer no primeiro concurso televisivo de pessoas completamente tatuadas durante a Exposição Mundial de 1937. Ela disse que em sua pele havia mais de 350 tatuagens, incluindo várias celebridades de seu tempo, como a Rainha Victoria. Betty passou 40 anos viajando por toda a América do Norte, Austrália e Nova Zelândia além de ser tatuadora eventualmente. Em 1981 foi a primeira pessoa a entrar no Hall of Fame das tatuagens.


Você pode ler o post completo AQUI.

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3 comentários:

  1. Muito interessante a matéria, de uma forma acaba tirando este preconceito com mulheres tatuadas.

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  2. Caramba muito interessante o texto, informativo e eu nunca imaginava algo assim.
    Eu amo tatuagem, acho quase todas lindas, to doida pra fazer uma, mas o medo de agulha me segura... um dia eu faço!
    Lendo essa página aqui, perdi um pouco do medo por falta de conhecimento, mas ainda tenho medo de agulha.

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