As
melindrosas eram moças que na década de 1920 usavam saias "curtas",
cabelos na altura das orelhas, ouviam e dançavam provocativamente o Jazz
e o Charleston, se maquiavam, bebiam e fumavam em público, dirigiam
automóveis, viam o sexo como algo casual. Elas definitivamente
desafiavam as convenções! Eram jovens que não viveram a restrita era dos
corsets, crinolinas e saias longas. Este
comportamento surgiu devido à onda de liberalismo pós 1º Guerra Mundial e
à cultura musical da época.
A primeira aparição da palavra e da imagem da melindrosa foi nos Estados Unidos no filme "The Flapper" de 1920, estrelado por Olive Thomas. No decorrer da década, outras atrizes como Clara Bow, Louise Brooks, Colleen Moore e Joan Crawford construíram suas carreiras focando nesta estética. A palavra em português escolhida como tradução de "flapper" foi "melindrosa", que no dicionário significa "mocinha exagerada nas maneiras e no vestir". As Gibson Girls de 1890 também podem ter inspirado o comportamento das melindrosas, pois eram moças que inspiravam independência e comportamentos fora do padrão. O jazz além de música, dava os momentos excitantes ou divertidos à vida das garotas. As melindrosas trabalhavam, defendiam o direito ao voto e iam contra todos os ideais vitorianos de gênero, trabalho e religião.
O ideal erótico era a androginia: as melindrosas não usavam espartilhos e eram a favor de corpetes que achatavam os seios e que iam até os quadris, disfarçando suas curvas. Os seios podiam ser achatados com o sutiã, recém inventado, que era puxável nas costas e por bandagens, dando uma aparência quase infantil em vestidos retos, soltos, sem cintura ou com cintura na altura dos quadris e com comprimento nos joelhos e causavam escândalo quando este aparecia ao dançar. As blusas eram sem alça e deixavam os braços nus. As roupas tinham inspiração na moda francesa, especialmente nas de Coco Chanel.
A primeira aparição da palavra e da imagem da melindrosa foi nos Estados Unidos no filme "The Flapper" de 1920, estrelado por Olive Thomas. No decorrer da década, outras atrizes como Clara Bow, Louise Brooks, Colleen Moore e Joan Crawford construíram suas carreiras focando nesta estética. A palavra em português escolhida como tradução de "flapper" foi "melindrosa", que no dicionário significa "mocinha exagerada nas maneiras e no vestir". As Gibson Girls de 1890 também podem ter inspirado o comportamento das melindrosas, pois eram moças que inspiravam independência e comportamentos fora do padrão. O jazz além de música, dava os momentos excitantes ou divertidos à vida das garotas. As melindrosas trabalhavam, defendiam o direito ao voto e iam contra todos os ideais vitorianos de gênero, trabalho e religião.
O ideal erótico era a androginia: as melindrosas não usavam espartilhos e eram a favor de corpetes que achatavam os seios e que iam até os quadris, disfarçando suas curvas. Os seios podiam ser achatados com o sutiã, recém inventado, que era puxável nas costas e por bandagens, dando uma aparência quase infantil em vestidos retos, soltos, sem cintura ou com cintura na altura dos quadris e com comprimento nos joelhos e causavam escândalo quando este aparecia ao dançar. As blusas eram sem alça e deixavam os braços nus. As roupas tinham inspiração na moda francesa, especialmente nas de Coco Chanel.
Cabelos curtos à la garconne ou bob,
podendo ser lisos ou ondulados eram usados com chapéu cloche, as jóias
eram art déco com muitos colares, anéis, broches e óculos de aro de
tartaruga.
A maquiagem "pesada" com grandes olhos expressivos pintados de preto e boca carmim em formato de coração, já era usada em 1890 pela atriz francesa Polaire. As melindrosas usavam espelhos portáteis, pó compacto, blush e batons em suas bolsas e retocavam a maquiagem em público. A pele tanto podia ser pálida como bronzeada - que sugeria uma vida de lazer, sem a necessidade de trabalhar.
A maquiagem "pesada" com grandes olhos expressivos pintados de preto e boca carmim em formato de coração, já era usada em 1890 pela atriz francesa Polaire. As melindrosas usavam espelhos portáteis, pó compacto, blush e batons em suas bolsas e retocavam a maquiagem em público. A pele tanto podia ser pálida como bronzeada - que sugeria uma vida de lazer, sem a necessidade de trabalhar.
Os cabelos e saias curtas das melindrosas se tornaram um símbolo da emancipação feminina, do sexo antes do casamento, do controle de natalidade, da possibilidade de se falar palavrão, da competição com os homens no trabalho e na independência financeira. Não haviam mais as cinturas apertadas por espartilhos nem a necessidade de ter um homem pra pagar suas contas.
Apesar de populares, as melindrosas não sobreviveram à queda da bolsa de Nova York em 1929 e aos anos de depressão econômica. Os "anos loucos", a era de felicidade e diversão teve de se adaptar a crise que viria dominar a década de 1930.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.
* O texto acima se baseia numa postagem feita por mim chamada "Pin-ups x Melindrosas" para o site Picnic Vitoriano SP.
Texto muito interessante! Além do "The Flapper", existe algum outro filme que retrata essas melindrosas da década de 20?
ResponderExcluirSim, tanto filmes da época quanto filmes atuais!
ExcluirEncontrei estas listas:
http://www.lib.berkeley.edu/MRC/flappers.html
http://www.glamour.com/entertainment/blogs/obsessed/2013/05/8-movies-thatll-bring-out-your.html
Sim, a serie, as telefonistas na netflix retrata em essa época.
ExcluirDécada de 20 foi uma das maiores liberações femininas. Pena que nas décadas seguintes "diminuíram" essa liberdade, de novo.
ResponderExcluirE foram elas (as mulheres) que tornaram esta década tão fascinante!! =D
ExcluirOlá! Muito interessante o post. Sou estudante de história e pesquiso sobre as melindrosas. Gostaria de saber se poderias me recomendar algum livro sobre o assunto. Quais foram as suas referencias para este escrito? Parabéns pelo blog. Abraço!
ResponderExcluirAlexandre, procure pelo livro Flapper de Joshua Zeitz =)
ExcluirAmo essa época, acho que na vida passada eu era uma dessas moças, que em uma época ainda patriarcal (hoje em dia ainda temos vestígios dessa cultura) eram independentes de homens e dos padrões femininos tradicionais!
ResponderExcluirBjs
Mel se você sente que foi uma dessas moças é porque você foi.
ExcluirAprecio seu trabalho! Nos últimos meses fiquei interessada sobre modas do final do século XIX e início do século XX e somente em seu blog consegui um excelente conteúdo! Parabéns pelas maravilhosas postagens!
ResponderExcluirGostei muito de tudo isso. Muito bom
ResponderExcluirFoi nessa época que a mulher começou a cortar o cabelo?
ResponderExcluirSim, também era uma forma de quebrar os padrões. O bob apareceu alguns anos antes, mas virou uma febre nos abos 20!
ExcluirAdoro o estilo Melindrosa, muito glamour e sempre bom para essa época do ano, Carnaval, até fiz um videozinho sobre isso: https://youtu.be/HFNLVv1JKdY
ResponderExcluirAlguém sabe onde encontro vestidos dessa épica para um trabalho escolar ?
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