"Marchesa Casati, que usava maquiagem pálida e andava por seu palácio em Veneza parecendo uma cadáver." Valerie Steele
Luisa Casati
(1881-1957), nascida em Milão e denominada Marquesa Casati Stampa di
Soncino após se casar com o marquês Camillo Casati, era uma milionária
exibicionista que vivia transitando entre as capitais europeias dando
festas em seus vários castelos e tinha tigres como animais de estimação.
Patrona das artes, ela usava roupas desenhadas por Fortuny e Poiret.
Uma mulher fascinante, excêntrica, com um estilo de vida excessivo e
extravagante. Uma lenda da moda.
Muito alta e magra, Luisa usava vestidos de rendas de Veneza, mangas balão, cintos e jóias. Ela também branqueava o rosto e esboçava os seus famosos olhos imensos com lápis preto. Usava cobras como colares e causava sensação quando ela andava com elas. Luisa gostou da modernidade das criações do estilista Fortuny, incluindo vestidos de renda plissadas, cachecóis luminescentes e ajudou a popularizar o designer.
A atriz Theda Bara dizia "Eu acho que a maioria dos vampiros são mulheres obscuras...com cabelos vermelhos e olhos verdes como o das cobras". Essa era a perfeita descrição de Marchesa Casati, que usava gotas de veneno de beladona nos olhos para dilatar as pupilas. Anos antes de Theda aparecer com seu estilo vamp, Luisa já usava base branca pesada no rosto e olhos pretos carregados, além de ser magra e cadavérica.
Seus trajes ousados e cabelos tingidos de ruivo não ajudavam na sua reputação. Teve vários amantes e foi cruel a sua própria família, enviou sua filha para longe em uma escola rigorosa num convento e nunca a visitava. Depois de sua irmã foi desfigurada por meningite e Luisa parou de convidá-la para saraus públicos.
Seu retrato de Giovanni Boldini, onde ela usa um vestido preto de cetim Poiret, um grande chapéu com fitas e penas e exibia uma faixa violeta, a tornou famosa em toda a Europa. Artistas e fotógrafos eram ansiosos para capturar o retrato dela.
Luisa também tinha hábitos excêntricos como sentar à mesa com manequins de cera que continham as cinzas de seus amantes falecidos e usar colares que eram cobras vivas ou bebês guepardos. Sempre teatral e constantemente vestida de preto, de vez em quando recebia os convidados nua deitada em tapete de pele de urso ou mesmo dizia sentir calor e tirava as roupas quando via uma rival por perto. Sua notoriedade aumentou quando comprou o Palazzo Venier dei Leoni em Veneza e por lá caminhava acompanhada de suas onças vestida apenas de casaco de pele na escuridão da noite, sendo seguida por um empregado carregando uma tocha. Seu amor por animais criou a lenda de que eles eram seus amantes enfeitiçados, lenda alimentada pelos seus interesses pelo ocultismo que a fazia visitar Aleister Crowley com frequência. Patrona das artes, Luisa pagava artistas para a imortalizarem em fotos, pinturas e esculturas e contratava estilistas e joalheiros exclusivos para a adornarem. Seu amante Gabriele D´Annunzio, o último dos grandes escritores decadentes, a homenageou em suas personagens femme-fatalles, como na personagem do filme "The Devil´s Daughter" de 1915, no papel estrelado por Theda Bara.
Em 1930, Casati tinha acumulado uma dívida pessoal de R$25 milhões. Incapaz de satisfazer os seus credores, seus pertences pessoais foram leiloados. Rumores dizem que uma das licitantes foi Coco Chanel. Luisa fugiu para Londres, onde viveu na pobreza. Foi espalhado boatos de ela ter sido vista remexendo em caixotes à procura de penas para enfeitar os cabelos. Morreu em Londres em 1 de Junho de 1957, e foi enterradoa no Brompton Cemetery. Um fim trágico para a lenda, que fizera a si mesma em uma obra de arte. Ela foi imortalizada em inúmeras histórias, filmes e coleções de designers como John Galliano que dedicou à ela sua coleção primavera/verão de 1998.
A citação "A idade não pode murchá-la, nem seu velho costume de variedade infinita" de Antony e Cleopatra de Shakespeare foi inscrito em sua lápide como epitáfio. Ela foi enterrada vestida elegantemente de preto e pele de leopardo e um par de cílios postiços. Seu túmulo é discreto, muito difícil encontrar e apesar de sua fama e riqueza é bem modesto em comparação com os milhares de grandes monumentos no Brompton Cemetery.
Muito alta e magra, Luisa usava vestidos de rendas de Veneza, mangas balão, cintos e jóias. Ela também branqueava o rosto e esboçava os seus famosos olhos imensos com lápis preto. Usava cobras como colares e causava sensação quando ela andava com elas. Luisa gostou da modernidade das criações do estilista Fortuny, incluindo vestidos de renda plissadas, cachecóis luminescentes e ajudou a popularizar o designer.
A atriz Theda Bara dizia "Eu acho que a maioria dos vampiros são mulheres obscuras...com cabelos vermelhos e olhos verdes como o das cobras". Essa era a perfeita descrição de Marchesa Casati, que usava gotas de veneno de beladona nos olhos para dilatar as pupilas. Anos antes de Theda aparecer com seu estilo vamp, Luisa já usava base branca pesada no rosto e olhos pretos carregados, além de ser magra e cadavérica.
Seus trajes ousados e cabelos tingidos de ruivo não ajudavam na sua reputação. Teve vários amantes e foi cruel a sua própria família, enviou sua filha para longe em uma escola rigorosa num convento e nunca a visitava. Depois de sua irmã foi desfigurada por meningite e Luisa parou de convidá-la para saraus públicos.
Seu retrato de Giovanni Boldini, onde ela usa um vestido preto de cetim Poiret, um grande chapéu com fitas e penas e exibia uma faixa violeta, a tornou famosa em toda a Europa. Artistas e fotógrafos eram ansiosos para capturar o retrato dela.
Marchesa Casati em pintura de Giovanni Boldini e o anúncio do perfume John Galliano inspirado na obra em 2008.
Luisa também tinha hábitos excêntricos como sentar à mesa com manequins de cera que continham as cinzas de seus amantes falecidos e usar colares que eram cobras vivas ou bebês guepardos. Sempre teatral e constantemente vestida de preto, de vez em quando recebia os convidados nua deitada em tapete de pele de urso ou mesmo dizia sentir calor e tirava as roupas quando via uma rival por perto. Sua notoriedade aumentou quando comprou o Palazzo Venier dei Leoni em Veneza e por lá caminhava acompanhada de suas onças vestida apenas de casaco de pele na escuridão da noite, sendo seguida por um empregado carregando uma tocha. Seu amor por animais criou a lenda de que eles eram seus amantes enfeitiçados, lenda alimentada pelos seus interesses pelo ocultismo que a fazia visitar Aleister Crowley com frequência. Patrona das artes, Luisa pagava artistas para a imortalizarem em fotos, pinturas e esculturas e contratava estilistas e joalheiros exclusivos para a adornarem. Seu amante Gabriele D´Annunzio, o último dos grandes escritores decadentes, a homenageou em suas personagens femme-fatalles, como na personagem do filme "The Devil´s Daughter" de 1915, no papel estrelado por Theda Bara.
Em 1930, Casati tinha acumulado uma dívida pessoal de R$25 milhões. Incapaz de satisfazer os seus credores, seus pertences pessoais foram leiloados. Rumores dizem que uma das licitantes foi Coco Chanel. Luisa fugiu para Londres, onde viveu na pobreza. Foi espalhado boatos de ela ter sido vista remexendo em caixotes à procura de penas para enfeitar os cabelos. Morreu em Londres em 1 de Junho de 1957, e foi enterradoa no Brompton Cemetery. Um fim trágico para a lenda, que fizera a si mesma em uma obra de arte. Ela foi imortalizada em inúmeras histórias, filmes e coleções de designers como John Galliano que dedicou à ela sua coleção primavera/verão de 1998.
A citação "A idade não pode murchá-la, nem seu velho costume de variedade infinita" de Antony e Cleopatra de Shakespeare foi inscrito em sua lápide como epitáfio. Ela foi enterrada vestida elegantemente de preto e pele de leopardo e um par de cílios postiços. Seu túmulo é discreto, muito difícil encontrar e apesar de sua fama e riqueza é bem modesto em comparação com os milhares de grandes monumentos no Brompton Cemetery.
Marchesa Casati |
Tilda Swinton como Marchesa Casati em editorial:
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.
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