Vestido "barril" |
Em
1919, as saias amplas foram substituídas por uma saia em formato de
"barril", a tentativa era dar ao corpo feminino um formato de
cilíndrico.
A roupa de banho também causava escândalo, os maillots (maiôs), diminuiam cada vez mais, chegando até as virilhas.
Na praia de meia e sapatilhas (1917):
Ao
contrário do que muitos pensam, os vestidos femininos dos anos 20 de
uso diário não eram curtos, variavam entre a altura do tornozelo e da
batata da perna. Esse engano se dá porque restaram da época muitos
vídeos e fotos de festas noturnas onde se dançava o Charleston.
As roupas eram coloridas, brilhantes, de tecidos leves, com texturas e padrões.
Os vestidos curtos se limitavam ao uso noturno e chegavam no máximo até abaixo do joelho, cerca de 45 a 50cm acima do chão, mas essa moda foi breve, durou entre 1926 e 1928. As saias "curtas" foram condenadas por religiosos em diversos países e abalaram uma estética de "corpo coberto" que vinha de séculos. Leis multavam "saias de comprimento inferior a 8cm acima dos tornozelos", mas foi tudo em vão, uma nova mulher havia surgido.
Para à noite, as saias traziam uma sobre-saia de gaze mais comprida ou eram mais compridas atrás do que na frente, em tecidos como lamê, renda do tom de ouro velho ou musseline de seda preta.
As roupas eram coloridas, brilhantes, de tecidos leves, com texturas e padrões.
Os vestidos curtos se limitavam ao uso noturno e chegavam no máximo até abaixo do joelho, cerca de 45 a 50cm acima do chão, mas essa moda foi breve, durou entre 1926 e 1928. As saias "curtas" foram condenadas por religiosos em diversos países e abalaram uma estética de "corpo coberto" que vinha de séculos. Leis multavam "saias de comprimento inferior a 8cm acima dos tornozelos", mas foi tudo em vão, uma nova mulher havia surgido.
Para à noite, as saias traziam uma sobre-saia de gaze mais comprida ou eram mais compridas atrás do que na frente, em tecidos como lamê, renda do tom de ouro velho ou musseline de seda preta.
Muito
dessa vibração revolucionária, desta alegria pós guerra, se perde nas
fotografias em preto e branco que restaram da época. Fotografias essas
que não mais retratavam apenas a classe alta, como até então acontecia,
muito do que restou dessa época é referente também à classe média.
Nos
anos 20, a moda se tornou pela primeira vez, acessível para todos.
Como as roupas da época eram fáceis de fazer, muitas aprenderam a
costurar e faziam roupas em casa, assim, as roupas baratearam. Os ricos
vestiam trajes de seda à noite, mas a massa populacional encontrou
sofisticação nos vestidos de forma reta.
Entre 1920 e 1928, a venda de corsets caiu 2/3 em seu lugar as mulheres usavam muitas variedades de camisolas e os primeiros modelos de sutiãs.
As meias e os calçados assumiram destaque, já que agora eram bastante visíveis. Por conta disso, uma imensa variedade de meias de seda surgiram nas cores do arco íris, rendadas, com padrões diferenciados, em tons de bege e as populares meias pretas eram o símbolo da mulher elegante.
Entre 1920 e 1928, a venda de corsets caiu 2/3 em seu lugar as mulheres usavam muitas variedades de camisolas e os primeiros modelos de sutiãs.
As meias e os calçados assumiram destaque, já que agora eram bastante visíveis. Por conta disso, uma imensa variedade de meias de seda surgiram nas cores do arco íris, rendadas, com padrões diferenciados, em tons de bege e as populares meias pretas eram o símbolo da mulher elegante.
Já os calçados ganharam variedade, agora à mostra devido aos vestidos mais curtos, eles deviam ser escolhidos com cuidado: com bicos arredondados, saltos, fivelas, laços, Mary Janes com tiras no tornozelo. O sapato se torna um importante acessório para a moda e passam a serem fabricados em massa.
O ideal erótico era a androgenia: as moças procuravam ter aparência de rapaz disfarçando suas curvas. As mulheres que usavam a moda dos vestidos retos, soltos e na altura dos joelhos eram chamadas de "melindrosas" e causavam escândalo quando o joelho aparecia ao dançar o jazz e o Charleston.
E como rebeldia final, surge o corte à la garçonne,
que recebeu esse nome devido ao romance de Victor Margueritte. Os
cabelos eram cortados curtinhos, lisos, evidenciando a forma da cabeça,
sendo quase impossível distinguir um menino de uma menina, exceto pelos
lábios carmim em formato de coração, os olhos pintados de preto e as
sobrancelhas desenhadas com lápis. As musas do cinema hollywoodiano dos anos 20, aderiram à essa estética e ajudaram a difundi-la ao grande público.
Com a redefinição da feminilidade, agora as mulheres fumavam em longas piteiras, bebiam e retocavam a maquiagem em público, ações antes inaceitáveis.
Com a redefinição da feminilidade, agora as mulheres fumavam em longas piteiras, bebiam e retocavam a maquiagem em público, ações antes inaceitáveis.
O chapéu cloche,
era uma febre e impossível de se adequar à cabelos compridos, já que
para ser bem vestido ele precisava se encaixar na cabeça e cobrir a
testa. Aliás, cobrir a testa era lei, seja com chapéus, lenços ou
franjas, as testas estavam definitivamente fora de moda nos anos 20.
Corte à la garçonne, testas cobertas, chapéu cloche e maquiagem:
Em 1929, bainhas assimétricas ajudaram a fazer com que o comprimento das saias voltassem a ser mais longos.
Na moda, Coco Chanel revolucionou a década de 20 encontrando mais tarde uma rival: a italiana Elsa Schiaparelli. Essas duas estilistas são peça importante dentro de toda a revolução artística da época. Elsa Schiaparelli fez grande sucesso, o que ela fez de inovador foi a introdução de roupas de boa qualidade para a classe trabalhadora. Apesar de simples, as roupas tinham muita elegância e eram muito copiadas. Já Coco Chanel trabalhou com tons neutros e com tecidos moles e fluidos em cortes de formas simples que valorizavam o conforto. Ela foi uma das primeiras mulheres a usar calças, cortar os cabelos curtos e rejeitar o espartilho, promovendo a emancipação e a liberdade da moda feminina.
Na moda masculina houveram dois períodos distintos. No começo da década, os homens usavam terno curto, casaco e os fraques eram usados em ocasiões formais. A moda foi influenciada pelos uniformes militares da primeira guerra, como as calças retas, estreitas e curtas mostrando as meias. Em 1925, calças mais amplas entraram na moda, os paletós voltaram a ter cintura no lugar e as lapelas se tornaram maiores.
O homem da década de 20 abandonou as roupas excessivamente formais em troca de peças mais esportivas (o terno do homem atual é baseado no terno do homem dessa época). As camisas do traje a rigor tinham punhos independentes de linho engomado, com abotoaduras de couro ou madrepérola. Sobre a camisa: peitilho de linho engomado. Para a noite o smoking garantia o ar esnobe e discreto em tons de azul ou cinza escuro, meias e gravata combinando e um lenço branco no bolso esquerdo do paletó.
Os homens andavam sempre bem barbeados, com cabelos curtos e penteados para trás. Bigodes curtos e rigorosamente aparados. Botinas, gravatas coloridas chapéus arredondados. Os cidadãos de classe alta geralmente usam cartola, os de classe média ou usavam fedora ou um chapéu de feltro e o chapéu de palha era popular no verão, os homens da classe trabalhadora usavam um boné "newsboy" ou nenhum chapéu.
Na medida que a década de 1920 foi chegando ao fim, as saias foram gradativamente voltando a ser compridas e a cintura retornou ao lugar certo. O chapéu cloche foi deixado de lado, os cabelos cresceram, as mangas compridas retornaram. A festa havia acabado: a queda da bolsa de Nova York e a ascencão de Hitler deram início aos anos 1930: uma época de ombros largos, quadris estreitos e as costas sendo eleitas a mais nova zona erógina de uma mulher.
*Originalmente postado em meu outro blog, o Moda de Subculturas.
Parabéns pelo texto deve ter dado bastante trabalho, está muito completo. O chapéu cloche é tão lindo! Eu não sabia que os sapatos Mary Janes eram da década de 20. Até mais.
ResponderExcluirAdorei o texto, mas não gostei pois não posso copiar.. Estou fazendo um trabalho sobre a Moda de todas as décadas, iria me ajudar muito!!
ResponderExcluirAcho que vc consegue imprimir a página do blog, não? Assim vc pode consultar e digitar o que te interessa pro trabalho. ^^
ExcluirGosto muito desse blog. Ele se tornou pra mim uma ótima fonte de pesquisa. Peguei a matéria de História da Moda no 1º semestre pois curso Design de Moda e sou uma amante dessa matéria, então quando uniu moda e história eu pirei.
ResponderExcluirAdoro estudar e ler os posts sobre as decadas do sec XX. Seu blog é o melhor, no doubts about it!
Acabei descobrindo o modadesubcultas e olha: tô amando, viu?!
Sou de uma facul de moda que ainda está engatinhando a passos de tartaruga em pleno sertão baiano! Fora isso aprendi que na faculdade professor não ensina nada a ninguem, a gente tem que correr atras mesmo!
Muito obrigada por compartilhar seu conhecimento.
Um grande beijo e muito sucesso.
Oi Rafaela!
ExcluirMuito obrigada pelo elogio, fico muito feliz <3 <3
Eu concordo com você, o aluno tem que correr atrás de muitas coisas se ele tiver curiosidade de saber! Eu mesma aprendi a maioria do que sei sobre história da moda fora da faculdade rsrs!
Bjs, obrigada e igualmente!!
Legal
ResponderExcluire 2 Anos depois em 1912. O Titanic afundara
ResponderExcluirVerdade!! :O
ExcluirA melhor epoca!Lindos vestidos!
ResponderExcluirSe eu pudesse usaria esses vestidos de época, sao lindos ,bem q poderia ainda se usar.
ResponderExcluirOi Luiza, procure os eventos de revivalismo histórico do Picnic Vitoriano SP! ;)
ExcluirAdorei seu texto, me ajudou muito! Obrigada.
ResponderExcluirAdorei!Está a ser muito útil para um trabalho que estou a fazer.
ResponderExcluirSe possivel, gostaria que me esclarece-se o seguinte: quem foi o responsável pela "abolição" dos corsets? Coco Chanel ou Paul Poiret?
Obrigada
Oi! Alguns historiadores não gostam de escolher um deles como o responsável, já que a abolição do corset já vinha sendo desejado por algumas mulheres da época. Então, eu acho que pode-se dizer que ambos os estilistas apenas satisfizeram um desejo que já estava no ar.
ExcluirMuito obrigada! Mais uma vez: Parabens pelo trabalho!
ExcluirQuem devo citar como autor deste trabalho (para fazer uma bibliografia)?
ExcluirTambém gostei muito!Minha pesquisa é sobre os estilos de cabelos usados na época. grata
ResponderExcluirótimo
ResponderExcluirem que ano as saias comeram a encurtar?Sou louco por moda de antigamente.Quando eu crescer eu quero aprender a costurar somente para fazer essas roupas.
ResponderExcluirFaça isso! :D
ExcluirOlá, estou cursando história e amo moda! Amei conhecer seu blog, com toda certeza virei leitora!!!
ResponderExcluirUma coisa que eu não faria se eu fosse da época era cortar o meu cabelo.
ResponderExcluirAlgumas mulheres não cortavam, elas apenas dobravam e escondiam embaixo do chapéu :)
ExcluirSANA EU QUERIA SABER SE OS CORSETES ENCOMODAVA MUITO AS MULHERES?
ResponderExcluirPelo que sei incomodava sim, mas elas estavam acostumadas com aquela peça desde a infância né? Então às vezes a dor era naturalizada. Muitas vezes o incômodo não era associado ao corset, o que com o tempo acabou mudando, quando começou-se a entender os males que a peça poderia fazer.
ExcluirVc sabe onde posso comprar estas roupas ou outros estilos assim?
ResponderExcluirQual foi a novidade da primeira guerra mundial que influenciou o inicio da moda brasileira? Alguem pode me ajudar...
ResponderExcluirQue blog maravilhoso. Obrigado pela ajuda.
ResponderExcluirComo o nome desse acessório que os homens utilizavam, parecido com um cajado?
ResponderExcluiruma bengala??
ExcluirA Roupa e a Moda é uma das fontes de pesquisa do blog. Achava justo vcs porem a bibliografia, assim como desejam que o blog seja citado. É justo em toda pesquisa ou artigo a fonte ser citada.
ResponderExcluirOi Anônimo! Pena não colocar seu nome pra conversarmos por igual.
ExcluirAntes de vir com pedras nas mãos, seria legal que lesse essa mensagem que fixei no blog: http://modahistorica.blogspot.com/p/nota-aos-leitores.html
E sim, o A Roupa e a Moda está entre as minhas fontes, como muito bem citado na aba "livros". Como você deve saber, o livro é bastante raso no conteúdo. Atualmente não utilizo mais o livro pois já tenho material mais aprofundado.
Sobre citação, aqui no meu blog o trabalho intelectual é meu (já leu a "nota aos leitores"?)
E que fique bem claro se ainda não está: isto é um blog e não um trabalho acadêmico.